Arquivo da categoria: Ielusc

Escola de Jornalismo é condenada por danos morais após denunciar homofobia de radialista

Reprodução do jornal mural “Cafeína”; 40 exemplares
causaram “dano moral”  a Osny Martins

O Bom Jesus/Ielusc foi condenado a pagar R$ 15 mil por danos morais ao radialista Osny Martins, em Joinville, após alunos do curso de jornalismo publicarem uma declaração homofóbica contra o radialista em um jornal experimental, em maio de 2006.

O autor da declaração é outro radialista e um dos principais concorrentes de Osny Martins, Beto Gebaili, que já havia sido acionado pelo concorrente dez anos antes, por lesão corporal. Gebaili também foi condenado por danos morais no processo.

Entenda o caso

Em 1996, Beto Gebaili agrediu a coronhadas o concorrente Osny Martins em plena Câmara de Vereadores de Joinville. Pela agressão, Gebaili foi condenado a pagar cestas básicas a instituições de caridade, conforme relatado no jornal A Notícia de 25 de junho de 2002. Dez anos depois, o semanário Gazeta de Joinville desenterrou a história em longa reportagem, dando publicidade à má fama de Gebaili

Utilizando a repercussão que o caso teve na cidade em 2006, estudantes do curso de jornalismo do Bom Jesus/Ielusc entrevistaram Gebaili para ouvir a sua versão sobre a história. O exercício fazia parte da disciplina de Meios Impressos II, onde toda a turma formava uma equipe para fechar, até às 22h30, um jornal-mural de duas páginas, com circulação pífia de 40 exemplares.

Aos estudantes, Gebaili admitia a agressão, mas negava que ela havia sido feita com um revólver, mas sim, com suas próprias mãos, pois “Em bicha a gente bate com a mão”. A declaração virou manchete do jornal Cafeína, denunciando a homofobia de Beto Gebaili.

Osny Martins sentiu-se ofendido por Gebaili – com razão – e processou também o Ielusc por ter divulgado a declaração. O pior é que Gebaili levou o jornal ao seu programa de televisão, exibiu-o às câmeras e disse que tudo que estava ali era verdade, e que os estudantes de jornalismo estavam de parabéns.

Para o juiz Rodrigo Tavares Martins, agiu com irresponsabilidade e excesso de direito o periódico “Cafeína”, mantido pelo réu Bom Jesus – IELUSC, ao colocar como manchete frase ofensiva claramente dirigida ao autor, com a nítida intenção de dar destaque à reportagem, o que contribuiu ativamente para atingir a honra do autor.

Veja programação da 2a Semana da Consciência Negra de Joinville

2ª Semana da Consciência Negra de Joinville

De 16 a 27 de novembro de 2010


Dia 16 (terça-feira)

Entrega de livros

14 horas Entrega da coleção de livros “A África está em nós” a todas as escolas da rede municipal de ensino fundamental e ensino infantil, adquirida pela Secretaria de Educação.

Palestrante: Jeruse Romão – Autora do livro “Africanidades Catarinenses”

Público: Professores da rede municipal

Local: Colégio Bom Jesus Ielusc (Centro)


De 16 a 19 (terça a sexta)

Exposições

Exposição do Instituto Afro de Joinville.

Local: Instituto Federal de Educação (IFSC) – CAMPUS DE JOINVILLE (Rua Pavão – Antigo Cefet – Costa e Silva)

Semana do IFSC – Inclusão Social e Igualdade – Ações Afirmativas

As escolas públicas municipais e estaduais estarão expondo trabalhos realizados pelos alunos em todas as áreas do conhecimento, alusivos à semana.

Dia 17 (quarta-feira)


16 horas Entrega do Manifesto do Povo de Santo à Câmara de Vereadores e uso da Tribuna Livre.

Encontro Negras Memórias

17 horas

Apresentação do Grupo de Capoeira Beribazu

Projeto da Costa Africana à Costa Brasileira
Local: Estação da Memória

Exposição fotográfica e trabalhos dos alunos das escolas municipais

Local: Estação da Memória

17 a 21 de novembro

Exibição de Filmes

Os filmes serão exibidos no Museu Nacional de Imigração.

Terça a sexta-feira, das 9 às 17 horas

Sábado e domingo, das 12 às 18 horas

“Diálogos contra o Racismo e Onde Você Guarda o seu Racismo?” Produtora Terra Vermelha Filmes. (Dias 17, 18, 19, 20, 21) ; “Uma Princesa Negra na Terra do Marabaixo.” Direção: José Reis Filho. Série DOCTV. Tv Cultura, Secretaria do Audiovisual, Ministério da Cultura (Dias 18, 21); “Comunidade Invernada dos Negros (Campos Novos/SC). Referências Culturais Quilombolas.” Coordenação Geral: Vânia Cardoso (PPGAS/UFSC), Coordenação de Pesquisa Raquel Mombelli, Superintendência Regional do IPHAN Santa Catarina – Brasil, 2008 (18); “Comunidade São Roque (Praia Grande/SC). Referências Culturais Quilombolas.” (19); “Capoeira. Patrimônio Cultural do Brasil.” IPHAN, Ministério da Cultura (20), “Tambor de Crioula. Patrimônio Cultural do Brasil.” IPHAN, Ministério da Cultura (21).


17 de novembro a 5 de dezembro

Exposição

Abertura da Exposição Comunidades Negras de Santa Catarina.

Local: Museu Nacional de Imigração e Colonização.

Entrada Franca

Dia 18 (quinta-feira)

Exibição de Filmes no Museu Nacional de Imigração

“Diálogos contra o Racismo e Onde Você Guarda o seu Racismo?”
“Uma Princesa Negra na Terra do Mar abaixo.”
(Ver programação de 17 a 21 de novembro)

Dia 19 (sexta-feira)


10 horas – Entrega de Flores no Cemitério do Imigrante

15 horas – Projeto da Costa Africana à Costa Brasileira.

Local: ACCAIA. Rua: Arildo José, S/N, Itinga.

17h30 – Lavagem da Praça da Bandeira com Grupo Afoxé.

Dia 20 (sábado)


Estação da Memória

Apresentações Culturais, Feira de Arte e Artesanato e Mercado de Pulgas

9h30 – Dança com a Escola Municipal Laura Andrade
10 horas – Grupo de Capoeira Nossa Ginga
10h30 – Criação do mundo na tradição Iorubá? – Grupo de Teatro Lucas Davi
11h45 – Desfile de Moda Africana
12h – “GOPAK”, com o bailarino Diego Cunha – Homenagem da Escola do Teatro Bolshoi à Semana.
12h30 – Roda de samba do FIO e amigos
14 horas – Ana Paula da Silva – apresentação musical
15 horas – Grupo de Hip Hop Inclusivo da Juliana Crestani
15h30 – Grupo de Maracatu
16 horas – Apresentação do Grupo Afoxé
17 às 18h30 – Escola de Samba Serrinha e Escola de Samba Príncipes encerram o evento

Durante todo o dia haverá oficina de tranças com Nara.

2ª Edição do Afrocult

Show Nacional com Marcelinho Moreira (RJ) – participação especial do Paulão;

Desfile de Moda.

Local: Kênia Clube. Rua Botafogo.

21 horas.

De 22 a 26

Cine Ilê Axé Iya Omilode/Casa da Vó Joaquina
Local: Rua Erivelton Martins, 669, Adhemar Garcia

Informações: 3426-6601

De 22 a 27

6º Festival Cultural Beribazu (Capoeira)

Local: Praça Nereu Ramos

Informações: 3029-2475 e 9127-8133

Jornalista João Batista (JB) lança livro "Os mesmos nós" em Joinville

O jornalista João Batista (JB), repórter do Notícias do Dia Joinville, irá lançar nesta quinta-feira seu primeiro livro: “Os mesmos nós”. Fui colega de turma de JB e conheço seu belíssimo trabalho. Realmente, vale a pena estar lá. A capa do livro é do também ex-colega de turma Paulo Horn.

Veja o release oficial do livro abaixo.


O LIVRO
Com poemas escolhidos a partir do blog Caixa de Ressonância, “Os mesmos nós” reúne 60 textos produzidos entre 2005 e 2009 e já publicados no site. O trabalho, que representa a estreia do autor em livro, firma-se na poesia como gênero principal, embora vários textos enveredem pela prosa poética, valendo-se de características da crônica ou do conto.

O livro está dividido em sete capítulos, cada qual referenciado num tema, numa figura, numa imagem ou numa ideia que funciona como elo comum entre os textos. As relações são, às vezes, absurdamente explícitas, e, em outras vezes, absurdamente camufladas. A criação dos textos apoia-se em elementos da natureza, como o fogo e o gelo, em cenários do cotidiano, nas paisagens comuns à vida na cidade, na presença simbólica (e concreta) da mulher e da criança no contexto social e, entre outras alusões, em reflexões inerentes à contemporaneidade, envolvendo questões existenciais, de relacionamentos, da busca pelo divino e da procura de cada individuo em achar seu lugar no mundo.

O aspecto multitemático do trabalho é marcado transversamente pelo uso de figuras da linguagem que tratam com ironia, sarcasmo, humor e falsa retórica os assuntos abordados pelos textos. O poema em si não tem e não deve ter função alguma, mas ele provoca sempre algum reflexo, seja o de espanto, seja o da indiferença. Nesse sentido, “Os mesmos nós” é meramente um anteparo para se perceber o óbvio e o inusitado que diariamente assombram o mundo.

O trabalho tem texto de apresentação do jornalista Gleber Pieniz. O escritor Rubens da Cunha, grande incentivador para que o projeto se concretizasse, também traz um texto de referência na orelha do livro. A ilustração de capa é assinada pelo chargista Paulo Horn. A publicação foi viabilizada com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Joinville, Fundação Cultural de Join­ville e Simdec (Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura), através do Edital de Apoio à Cultura 2010, e sai sob a coordenação editorial de Carlos Henrique Schroeder, da Design Editora, de Jaraguá do Sul.

SOBRE O BLOG
O blog Caixa de Ressonância, iniciado em 2003 com conteúdo generalista, se firmou a partir de 2005 com foco em textos literários, sobretudo poemas (a maior parte), crônicas e contos. A publicação, que nunca foi sistemática nem exaustiva, surgiu e se desenvolveu sem a mínima pretensão de virar livro posteriormente, ou qualquer outro formato fora dos limites virtuais. Era apenas um projeto pessoal, livre, feito apenas para orientar o trabalho de escrita do autor.

O começo da participação do autor no grupo de poetas Zaragata, o contato com outros blogueiros do mesmo gênero, o intercâmbio com escritores locais e regionais, o advento do Simdec como mecanismo de incentivo à produção cultural e a presença mais forte da literatura joinvilense nos âmbitos culturais locais, geraram, naturalmente, motivadores para uma futura estreia em livro. A sugestão partiu dos colegas do grupo Zaragata e ganhou força nos últimos anos. Como a produção de textos para o blog já rendia material suficiente para uma publicação física, o que era apenas sugestão e ideia, virou, de fato, um livro.

O projeto não se tratou de transformar todo o conteúdo do blog em livro, mas de compor um livro a partir da seleção dos textos de poesia publicados no blog ao longo desses anos. Os demais conteúdos permanecem, ao menos por enquanto, exclusivos no espaço virtual. Mais do que encarnar parte representativa do blog no suporte papel, o projeto de publicação de “Os mesmos nós” insere-se dentro de um movimento de renovação da poesia joinvilense e sua inserção no contexto cultural local. O apoio de instituições, a iniciativa de militantes já conhecidos da literatura joinvilense e o suporte de incentivo e viabilização fomentados pelo poder público são matrizes principais desse movimento, ainda que talvez tímido ou carente de continuidade, mas, em todo caso, existente e potencialmente animador.

SOBRE O AUTOR
João Batista (JB) da Silva, 29 anos, natural de Imaruí (SC), é jornalista formado pelo curso de Comu­nicação Social da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc, em Joinville. Integrante do grupo de poetas Zaragata desde 2004, também foi sócio-fundador da As­sociação Joinvilense de Letras (Ajole), entidade hoje inati­va. Além de ter colaborações em sites e blogs de literatura e poesia, mantém um blog na internet (http://caixaderessonancia.blogspot.com/), onde escreve periodicamente poemas, crônicas e textos experimentais, alguns dos quais também publicados na imprensa local. Participou do li­vro “Cordames e Cordoalhas” (2006), coletânea de textos produzidos por poetas do grupo Zaragata e ilustrados por membros da Associação dos Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj). Em 2008, integrou a coletânea do Prêmio Join­ville de Expressão Literária, com os trabalhos premiados nas edições 2006 (3º lugar em Conto/Crônica) e 2007 (1º lugar em Conto/Crônica e 2º lugar em Poesia) do concurso. Atualmente trabalha como repórter do jornal Notícias do Dia, em Joinville.

SERVIÇO
O Quê?

Lançamento do livro “Os mesmos nós” (poesia)
Quando?
Dia 11 de novembro de 2010, a partir das 18h30
Onde?
Midas Armazém Cultural (Rua Dr. João Colin, 475, Centro, Joinville)
Quanto?
Entrada Gratuita (Preço do livro: R$ 10,00)
Contato? (47) 9936-9524 / (47) 3467-7561

"Impasse" no Clube de Cinema, hoje às 19 horas

Em maio e junho de 2010, milhares de pessoas foram às ruas de Florianópolis para protestar contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Além de cenas que não foram exibidas em nenhuma tevê, incluindo flagrantes de violência durante os atos públicos, Impasse revela o que pensam usuários, trabalhadores, especialistas e empresários do transporte.

Expõe as contradições e as diferenças de posição dos estudantes, dos representantes do governo municipal e do governo estadual. Discute questões que se entrelaçam e se completam: Por que a cidade se tornou um símbolo na luta pelo transporte público? O que aconteceu durante a ação da polícia militar na Universidade do Estado de Santa Catarina? Por que a mobilidade urbana é um dos grandes temas do século XXI? Existe, afinal de contas, saída para este impasse?

Clube de Cinema do Ielusc retorna com "Cidadão Boilesen"


O Clube de Cinema do Bom Jesus Ielusc retoma suas atividades neste sábado, 9 de outubro, às 15 horas, com a exibição do documentário “Cidadão Boilesen”.

O filme conta a história do empresário dinarmaquês do grupo Liquigaz, Henning Boilesen. Boilesen colaborava ativamente com o regime instaurado em 1964, seja assistindo a sessões de tortura pessoalmente, seja recolhendo dinheiro com o empresariado paulista a fim de reforçar o efetivo do regime.

Após militantes desconfiarem da participação do grupo Liquigaz – vários locais de cercos policiais tinham caminhões da empresa na localidade –, um comando guerrilheiro justiçou o empresário.
O filme conta com depoimentos dos diretamente envolvidos, como o filho e amigos do industrial Boilesen e guerrilheiros que participaram da ação de justiçamento, mas também com análises políticas e históricas do período com os historiadores Daniel Aarão Reis e Jacob Gorender e o jornalista Percival de Souza.

A exibição do filme é uma parceria entre o Clube de Cinema e o grupo de estudos do Partido Socialismo e Liberdade de Joinville (PSOL).

Carta aberta à comunidade acadêmica do Bom Jesus/Ielusc

A associação entre a tirania do dinheiro e a tirania da informação conduz à aceleração dos processos hegemônicos, legitimados pelo “pensamento único”, enquanto os demais processos acabam por ser deglutidos ou se adaptam passiva ou ativamente, tornando-se hegemonizados (Milton Santos, in “O país distorcido”, 2002: 91-92).

Há pouco mais de 15 anos, um grupo de educadores luteranos liderados pelo diretor geral da instituição, pastor Tito Lívio Lermen, decidia implantar o ensino superior no colégio Bom Jesus, em Joinville. É possível que nenhum dos pioneiros imaginasse o alcance e a ousadia daquele gesto, inspirado no caráter emancipatório conferido por Lutero à educação. A comunidade luterana decidia expandir sua ação de ensino, voltando-se para áreas sensíveis para a região Norte de Santa Catarina: a comunicação, a saúde, o desenvolvimento.
Nesse período, a instituição formou centenas de profissionais em ofícios fundamentais ao interesse público (enfermagem, jornalismo, publicidade e propaganda, educação física, turismo e nutrição). Os egressos do Ielusc prestam serviços essenciais à comunidade – e alguns deles já conquistaram destaque nacional por sua atuação. Outros prosseguiram na atividade acadêmica e se destacam no ensino e na pesquisa em Santa Catarina e em grandes universidades brasileiras.
Todo este patrimônio representado pelos egressos e materializado nos projetos pedagógicos dos cursos foi comprometido nas últimas semanas por conta de decisões temerárias tomadas pela direção do Bom Jesus/Ielusc – supostamente em nome da redução de custos e da sobrevivência comercial do empreendimento de ensino. Tais medidas prestam um desserviço à comunidade – que inspirou (e colaborou com) o vitorioso projeto de educação luterana – ao:
a) mutilar os projetos pedagógicos, alterando unilateralmente exigências curriculares, desrespeitando a história de concepção coletiva desses projetos;
b) precarizar a qualidade do ensino reduzindo cargas horárias, eliminando benefícios e demitindo arbitrariamente professores com maior qualificação e ampla experiência didática e profissional, alegadamente para restringir o custo com pessoal a 40% das despesas (percentual incompatível com a educação de qualidade);
c) gerir sob o tacão do autoritarismo e do temor, da humilhação e da falta de respeito aos professores e professoras;
d) desprezar as expectativas e as esperanças dos alunos, endossando uma concepção pedagógica que, submissa ao mercado, despreza ao mesmo tempo a história dos cursos, o compromisso luterano com a educação e a expectativa de autonomia à formação dos profissionais do Ielusc que, justamente, a comunidade de Joinville acostumou-se a esperar.

Como ex-docentes da instituição à qual servimos com zelo e profissionalismo, sentimo-nos no direito e no dever de manifestar nossa posição a respeito da aludida crise e das medidas arbitrárias tomadas para, supostamente, combatê-la. Não é a primeira vez que a instituição passa por situação semelhante e, como em 2005/2006, o corpo docente foi além da crítica. Naquele momento, aceitamos uma proposta do diretor geral da instituição, pastor Tito Lermen, para compor um Grupo de Trabalho representando os/as docentes do ensino superior para estudar e propor soluções aos problemas vividos pelo Ielusc. Obtivemos acesso a dados financeiros, sob o compromisso do sigilo, e produzimos um relatório profundo, com um conjunto de sugestões e propostas. A proposta global foi inteiramente ignorada pela Direção Geral.
Há pelo menos quatro anos, consultorias especializadas em ensino superior faziam avaliações (bastante onerosas, aliás) sobre os fatores estruturais que provocariam uma retração no mercado. Depois do boom representado pela mercantilização do ensino, conduzido pelo então ministro Paulo Renato de Souza no governo FHC, quando o setor cresceu sem critérios e qualidade, o momento posterior, em que nos encontramos, seria de fusão, extinção, encolhimento, incorporações. As megacorporações privadas de fato foram ao mercado de capitais e têm agido no mercado como aves de rapina.
A direção geral do Bom Jesus/Ielusc alega que o ensino superior da instituição está em crise financeira. Para uma análise mais fecunda e profícua da propalada crise, convém afastar, de pronto, qualquer menção à novidade ou surpresa: todos os atuais dirigentes – incluindo-se aí os gestores (coordenadores e diretores de curso) – têm ampla e antiga consciência das características desse mercado.
A contribuição que o Ielusc deu a Joinville nesses anos todos é incomensuravelmente maior que qualquer resultado contábil. Para citar apenas um exemplo: o mercado de comunicação é mais profissional, ético e competente do que dez anos atrás e isso se deve em grande parte à atuação permanente do curso junto à comunidade, combinada à ação dos egressos nas empresas e instituições sociais. As medidas tomadas recentemente comprometem ambos os pólos dessa atuação: tanto a capacidade dos cursos de refletir com autonomia sobre os campos profissionais, quanto a qualidade da formação dos egressos. As decisões da direção geral assemelham o Ielusc aos vendedores de diploma, aos mercadores da educação.
O momento exige diálogo, confiança, verdade e transparência. Sem a valorização do debate – que implica afastar o maniqueísmo do “Ielusc: ame-o ou deixe-o”, sugerido pelo atual coordenador de ensino superior –, as saídas serão cada vez mais arbitrárias e dissociadas do interesse público. A confiança entre direção, professores, alunos e comunidade pode ser reconquistada a partir do resgate do diálogo, sob a égide da verdade e da transparência. Trata-se de um gesto de grandeza ao alcance dos atuais gestores do Ielusc.
Nossas vidas profissionais foram marcadas, profundamente, pelos ensinamentos e vivências relacionados à instituição e à comunidade acadêmica do Bom Jesus/Ielusc. Por essa razão, submetemos ao diálogo as sugestões a seguir, que nos parecem importantes para pensar alternativas que garantam a preservação desse projeto tão caro ao interesse público e ao ensino superior em Santa Catarina e no Sul do país:

(1) Investir na qualificação do quadro docente;
(2) Não reduzir o alcance dos projetos pedagógicos de curso, preservando sua atitude crítica em relação ao mercado;
(3) Buscar parcerias na comunidade para que não faltem condições à prática do bom ensino (combinado com atividades de pesquisa e extensão);
(4) Investir em divulgação mais massiva dos cursos, na perspectiva de aumentar a procura nos vestibulares, a partir de parceria com o mercado publicitário e jornalístico da região;
(5) Criar uma Comissão de Negociação Tripartite, com base na transparência, na boa-fé e no respeito às partes representadas pelos docentes e discentes;
(6) Buscar parcerias estratégicas para romper o isolamento de uma IES que tem muita legitimidade e credibilidade públicas na região de Joinville, mas que precisa se fortalecer em conjunto com instituições de mesma natureza (comunitárias e confessionais) e no âmbito da Rede Sinodal.

Joinville (SC), 19 de julho de 2010.

Prof. Dr. Alexandre Rocha da Silva
Prof. Ms. Álvaro de Azevedo Diaz
Prof. Ms. Ângelo Augusto Ribeiro
Profa. Dra. Anny Liege C. Baggiotto
Profa. Dra. Cátia Inês Schuh Weizenmann
Prof. Ms. Edelberto Behs (ex-diretor do Curso de Comunicação)
Prof. Frederico Carvalho
Prof. Esp. Gastão Cassel
Prof. Ms. Gleber Pieniz
Prof. Dr. Jacques Mick
Prof. Dr. Juciano Lacerda
Profa. Ms. Lígia Mousquer Zuculoto
Prof Dra. Merli Leal Silva (ex-coordenadora do Curso de Publicidade e Propaganda e responsável pela implantação da Agencia Experimental de PP – AEP)
Prof. Ms. Orlando Ferretti
Prof. Dr. Pedro David Russi Duarte
Prof. Dr. Samuel Pantoja Lima (ex-diretor do Curso de Comunicação)
Prof. Sérgio Murillo de Andrade (presidente da Fenaj)
Prof. Ms. Silnei Scharten Soares (ex-coordenador do Curso de Publicidade)
Prof. Ms. Sônia Regina de Oliveira Santos (ex-coordenadora do Curso de Publicidade)

Dacs tem nova identidade visual

A

Os membros do Diretório Acadêmico Cruz e Souza (Dacs/Ielusc) lançaram sua nova identidade visual. A logo mescla elementos de sala de aula – papel-caderno, clipe – com o nome da entidade. Além disse, 0 bigodinho que define o “A” de “DACS” é uma bela homenagem ao poeta catarinense que dá nome ao diretório.

O Dacs é a entidade representativa dos estudantes de jornalismo e publicidade e propaganda do Bom Jesus/Ielusc. Em 2010, a Gestão Práxis vai tocar os trabalhos por lá. Boa sorte aos camaradas e muita luta aí nas terras ielusquianas.

Porque apóio a chapa "Práxis" para o DACS

A

Leonel Camasão*

O movimento estudantil do Bom Jesus/Ielusc passa, mais uma vez, pelo momento de disputa no comando do Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACS). Na próxima segunda-feira, dia 23, os alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda deverão escolher entre duas chapas: Práxis e Dacs é pra lutar.

Estudei por quatro anos e meio no Bom Jesus/Ielusc, e participei ativamente do movimento estudantil da instituição. Junto a outros companheiros, estivemos por um ano reconstruindo o DCE do Ielusc, que estava abandonado, assim como o DACS.

Mais de um ano depois de sairmos do DCE, novos alunos se interessaram em reativar o DACS. Obviamente, a reconstrução a partir do zero gerou muitas dificuldades.

Ainda no ano passado, em eleição de chapa única, o grupo se reorganizou com novas pessoas, e uma das principais propostas era transformar o DACS em uma entidade que funcionasse sobre o princípio da direção coletiva, integrando os alunos, promovendo a participação de todas e todos. Nesse sentido, Francine Hellmann foi eleita presidente junto com outros companheiros, a fim de levar essa tarefa.

Na hora de aplicar a medida, teve gente que mudou de opinião e quis manter a hierarquia no movimento estudantil, o que foi negado amplamente pela maioria do grupo.

Isso não veio a prejudicar a atuação da atual gestão no movimento pela redução das passagens de ônibus, nos debates promovidos junto a diversos segmentos, na realização da Semana Acadêmica e, mais recentemente, na organização e participação na 1ª Conferência Municipal de Comunicação, onde aprovamos um conjunto de diretrizes extremamente avançadas.

Todos esses movimentos tiveram a participação ativa e fundamental de camaradas da chapa Práxis, como Alexandre Perger, Emanuelle Carvalho, Felipe Silveira, Jéssica Michels, Marcus Vinícius Carvalheiro, entre outros. Esse grupo, além de muito atuante, mantém a proposta sob a qual a chapa Consciência foi eleita em 2008 – construir um movimento estudantil democrático e independente, nas bases da direção coletiva, da participação e do diálogo com outros segmentos sociais.

Com toda a certeza, esse grupo vai discutir junto com os alunos se o DACS deve ou não participar dos espaços institucionais do movimento estudantil estadual e nacional. Como se sabe, a eleição de delegados para congressos da UCE e da UNE não costuma ocorrer de maneira transparente em todo o Brasil, e nisso, podemos ser diferentes.

A chapa Práxis traz as qualidades e a experiência de quem está na luta há tempos, ao mesmo tempo em que traz sangue novo e disposição para construir vitórias no movimento estudantil ielusquiano.

Nada pessoal contra aos companheiros da outra chapa, pelo contrário: a maioria são amigos e colegas dos tempos de faculdade. Mas acredito que a participação direta de dois assessores de um vereador em uma chapa prejudica a independência do DACS.

Várias administrações desse grupo em outras entidades do movimento estudantil de Joinville mostram que não há intenção de construir um projeto coletivo junto aos estudantes, mas sim, impor um projeto “estrangeiro”, que, apesar de legítimo, já está pronto, fechado, sem abertura.

Por isso, presto meu total apoio e solidariedade aos companheiros da chapa Práxis, com votos de muita sorte, muita luta e muitas vitórias no próximo período.

Abraços fraternos a todos e todas.

*Ex-aluno de jornalismo do Bom Jesus/Ielusc. Militou por cinco anos no Movimento Passe Livre (2005-2009) e foi presidente do Diretório Central dos Estudantes Florestan Fernandes (2005-2006) na gestão Domínio Público.

Duas chapas para as eleições no Dacs

A

Mais um ano se passou e as eleições para o Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACS) no Bom Jesus/Ielusc estão aí. Duas chapas concorrem à direção da entidade: Chapa Praxis e Chapa Dacs é pra lutar.

A maioria dos membros da gestão passada vão concorrer pela chapa Praxis, como Alexandre Perger (ex-presidente em 2008), Felipe Silveira, Marcus Carvalheiro e Emanuelle Carvalho. Completam a chapa Jéssica Michels, Guilherme Duarte, Bárbara Elice, entre outros. A chapa é colegiada.

Pela Dacs é pra lutar, um calouro de jornalismo concorre à presidência, Eduardo Schmitz. A chapa possui membros do curso de publicidade, como Regiane dos Santos e Mariana Zschoerper, e de jornalismo, Tiago dos Santos e Lorena Trindade. Concorrem também João Diego Leite e a ex-presidente da atual gestão, Francine Hellmann. Ambos são assessores do vereador Adilson Mariano (PT).

As eleições ocorrem nos dias

Censura também se aprende na escola


AA
Muito me surpreendeu a notícia de que as direções administrativas do Bom Jesus/Ielusc e da Univille censuraram uma reportagem produzida pelo aluno Marcus Vinícius Carvalheiro, do 4º semestre de jornalismo e também repórter da Revi.

A reportagem tentava dar conta de um dos assuntos mais falados e mal explicados do Bom Jesus: uma possível fusão com a Univille. O boato, que eu também ouvi de vários alunos e professores do Ielusc, é de que a intenção era passar a administração do Ensino Superior à Univille, enquanto o Bom Jesus cuidaria do ensino fundamental e médio, incluso aí o colégio da Univille.

Essa operação financeira poderia ter muitas consequências. Demissões de professores, piora na qualidade do curso, dissolução de outros cursos do Ielusc já presentes na Univille (como Educação Física), entre milhares de possibilidades.

Como a Internet existe, as chances de realmente censurar alguma coisa diminuem de maneira abissal. Leia, então, a matéria completa no Blog do Diretório Acadêmico de Comunicação Social Cruz e Souza (DACS). Disponível aqui.