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‘PSOL tem vocação de poder’, afirma novo presidente

Najla Passos
BRASÍLIA – Órfão de uma liderança nacional desde o afastamento da ex-senadora Heloísa Helena, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) decidiu apostar no deputado federal Ivan Valente (SP) para comandar a legenda por dois anos, em convenção realizada no fim de semana, em São Paulo. 
Representante da corrente majoritária do partido, Valente assume com o desafio de ampliar não só a base de filiados e a proximidade com os movimentos sociais, mas também de aumentar as vitórias eleitorais. 
A começar já em 2012, nas disputas para prefeitos. Para isso, o Congresso do PSOL aprovou resolução que libera a direção para fechar alianças com legendas menos radicais do que os parceiros mais comuns nos seus sete anos de vida, PCB e PSTU. Segundo Valente, a decisão é necessária para o PSOL se consolidar como alternativa concreta de poder. 
Fundador do PT, o deputado deixou o partido em 2005, junto a outros dois mil filiados, por insatisfação com os rumos petistas. Apesar disso, no segundo turno das duas últimas eleições presidenciais, defendeu que o PSOL desse “voto crítico” em Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010) e “nenhum voto” nos tucanos Geraldo Alckmin (2006) e José Serra (2010).
Deputado por São Paulo pelo quinto mandato seguido (está na Câmara desde 1995), Valente é um dos cinco parlamentares psolistas em Brasília – ao lado de mais dois deputados (total: 513) e dois senadores (total:81). Engenheiro e professor, iniciou a carreira política no movimento estudantil, combatendo a ditadura militar, opção que lhe custou prisão e tortura. 
A seguir, o leitor confere a íntegra da entrevista exclusiva de Valente à Carta Maior, na qual ele também faz um balanço do primeiro ano do governo Dilma e comenta como ser oposição de esquerda diferenciando-se dos principais adversários da presidenta, situados à direita. 
Qual será sua linha de atuação à frente da presidência do PSOL?
Ivan Valente: Dentro da complexidade do PSOL, foi importante a nossa vitória não só para a presidência, mas também na aprovação das nossas propostas de resoluções em todas as decisões principais tomadas pelo Congresso. Vamos atuar na linha de ampliar o partido, de dar uma face PSOL, aproximando-o da sociedade. O PSOL é um partido com vocação de poder, com proximidade com os movimentos sociais, com forte protagonismo político e que mantém o seu programa. É isso o que queremos consolidar e ampliar. 
O PSOL está organizado em todos os estados brasileiros? Em quantos municípios?
Valente: Hoje, temos 60 mil filiados, presentes em praticamente todos os estados. Desse total, mais de 16 mil participaram do processo formal da Convenção, incluindo as etapas regionais. Mas o partido ainda é desigual nas diferentes regiões. Há estados em que está melhor estruturado, e outro em que não. Em São Paulo, por exemplo, são 180 diretórios ou comissões permanentes. Mas a realidade muda em outras regionais. Nas últimas eleições municipais, lançamos candidaturas em 400 municípios. 
E para as eleições de 2012, o partido pretende concorrer em quantos?
Valente: Ainda não temos essa previsão. O objetivo é ocupar o maior espaço possível. Já definimos candidaturas para três capitais: Rio de Janeiro, Belém e Macapá. Mas queremos concorrer em um número bem maior de estados.
O PSOL já trabalha algum nome para as eleições presidenciais de 2014? A consolidação da sua liderança vai nesta linha?
Valente: Não, o partido ainda não está fazendo esta discussão, até porque nossa participação nas eleições de 2014 irá depender dos nossos resultados em 2012. O PSOL tende a apresentar candidatura majoritária sempre que possível, mas só iremos discutir isso após fazermos o balanço das eleições do ano que vem. O que nós podemos adiantar é que acreditamos que o partido crescerá muito. Os movimentos sociais estão crescendo. A crise econômica abre este espaço de crescimento para partidos de esquerda, e o PSOL é o melhor posicionado para capitalizar esses votos. Temos recebido muitas adesões de ex-militantes do PT, do PV e do PDT, por exemplo, o que comprova que estamos nos constituindo a melhor alternativa à esquerda. 
E como é o desafio de fazer oposição de esquerda ao governo, tendo que se diferenciar da direita convencional?
Valente: Os parlamentares do PSOL têm feito isso com muita sabedoria. Até porque a maioria dos nossos militantes saiu dos quadros do próprio PT e sabe como esse governo funciona. Nós fazemos a diferença na votação dos grandes projetos do país, como foi o caso da DRU [Desvinculação das Receitas da União] O governo do PT é favorável, e a oposição do DEM e do PSDB tentam parecer contrários. Mas eles também são favoráveis à DRU. A diferença é que querem parcelá-la para poder chantagear o governo de dois em dois anos. Com o PSOL, é diferente. Nós realmente somos contrários e nos posicionamos assim, claramente. O mesmo ocorre com o Código Florestal que, apesar dos protestos da população, irá à votação final agora e nós corremos o risco de ser o único voto contrário.
Na questão econômica, também temos posicionamento diferenciado, que é manifestado no dia a dia. Somos contra essa política liberal adotada pelo PT e, por isso, nos posicionamos contra o pagamento da dívida pública, por exemplo. Fomos nós que conduzimos a CPI da Dívida. E isso porque nós mantemos coerência entre política econômica e social. Não é coerente, por exemplo, defender a política econômica atual e pedir 10% do PIB [Produto Interno Bruto] do país para a educação, porque uma coisa inviabiliza a outra. Aliás, nós já defendíamos os 10% do PIB para educação, desde 1998, quando ainda estávamos no PT. Naquela época, o Congresso aprovou 7%. O percentual foi vetado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e o veto foi mantido pelo ex-presidente Lula. Agora, 20 anos depois, a Dilma quer reaprovar os mesmos 7%. É pouco. E não fazemos oposição irresponsável. Nós dizemos exatamente as fontes de onde virão os recursos necessários: da taxação das grandes fortunas e da auditoria da dívida pública. 
Outra bandeira que continuamos defendendo é a da reforma agrária. Este governo do PT já abandonou a questão: zero assentamento este ano. O governo Dilma está muito mais ligado ao agronegócio. 
A propósito, qual é a avaliação que o senhor faz deste primeiro ano de governo Dilma?
Valente: É um governo que goza da popularidade herdada do governo Lula, construída pelo bom momento econômico e por políticas compensatórias. Mas também é um governo que vem sofrendo um grande desgaste, justamente porque estabeleceu uma base de governabilidade que não o diferencia dos demais partidos que admitiu na sua base aliada. Um imenso desgaste ético, embora ainda haja uma blindagem em torno do nome da presidenta Dilma. Mas é uma média de um ministro demitido por mês em função de denúncias de corrupção. Isso é muito grave. 
Mas o PSOL também aprovou uma resolução que lhe permite ampliar suas alianças políticas para as próximas eleições… quais os riscos da medida?
Valente: Nas eleições municipais passadas, já realizamos alianças políticas, como com o PV, no Rio Grande do Sul, e com o PSB, no Amapá. Esta resolução, portanto, não é uma novidade tão grande. Na verdade, ela aponta no sentido de que o PSOL é uma alternativa real de poder. E, por isso, não pode restringir suas alianças apenas aos partidos da chamadas Frente de Esquerda (PCB e PSTU), com quem compomos tradicionalmente. Em vários locais, o PSOL é cabeça de chapa, é hegemônico e vai dar as direções das campanhas. Vamos compor com outros partidos de esquerda para termos maior desempenho eleitoral e ganhar mais visibilidade. De qualquer forma, todas as possibilidades de coligação fora da Frente de Esquerda terão que ser analisadas e aprovadas pelo Diretório Nacional do partido. 
Os critérios para construções de alianças são rígidos?
Valente: Nas eleições passadas, por exemplo, concorremos para 400 prefeituras, mas só fizemos alianças em 14. Agora, a possibilidade também está aberta, desde que se preserve o lado ético das nossas candidaturas. Porque esta causa nos tem sido muito cara. O PSOL é o partido que mais tem se destacado na luta pela ética na política, com a defesa de projetos como o da Ficha Limpa, o que institui o voto aberto no parlamento e o que defende financiamento público de campanha, dentro da reforma política. O objetivo de ampliar as coligações é tornar o partido simpático a novas parcelas da população, mas sem comprometer o cumprimento do nosso conteúdo programático.

PSOL quer afastamento imediato de Orlando Silva e apuração das denúncia

Presidente do PSOL, Afrânio Boppré

A Executiva  Nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) tomou a decisão política de exigir o afastamento imediato do ministro do Esporte,  Orlando Silva, e a apuração de todas as denúncias. Afrânio Boppré, presidente em exercício do PSOL, afirma que algo precisa ser feito de forma imediata. “A Controladoria Geral da União (CGU) apontou irregularidades em 67 convênios da pasta, totalizando R$ 49 milhões. Em Brasília, cinco pessoas foram presas em função de desvios no Programa Segundo Tempo, promovido pelo Ministério. Situação que iniciou desde o mandato anterior, de Agnelo Queiroz, hojegovernador do Distrito Federal. A impunidade não pode mais uma vez prevalecer”, disse.
Boppré lembra que a cada dia surgem novas denúncias sobre o papel de ONG’s fantasmas no recebimento e desvios de recursos ou aquisição de serviços de empresas indicadas pelo PC do B e que o governo de Dilma Roussef coleciona um rol de sucessivos escândalos de corrupção que inclui desde o ex-ministro Palocci/PT (Casa Civil), passando por Alfredo Nascimento/PR (Transportes), Pedro Novais/PMDB (Turismo), Wagner Rossi/PMDB (Agricultura) e agora chegam denúncias sobre Orlando Silva/PCdoB (Esporte).
“O PSOL, por coerência, exige a apuração de todas as denúncias. Sendo assim, apontamos pelo imediato afastamento dessas autoridades de seus cargos, enquanto durarem as investigações sobre o escândalo das propinas e roubos do ‘Projeto Segundo Tempo’, do Ministério dos Esportes, desde o ano de 2003 até o presente momento. Se as investigações não progredirem e o povo não se mobilizar os meganegócios dos megaeventos como a Copa e Olimpíadas serão fonte inesgotável de negociatas. O PSOL está fazendo a sua parte para banir a corrupção”, finaliza Afrânio Boppré.
Fonte: Jornal do Brasil

Censo IBGE 2010: O colapso da descentralização de LHS

Afrânio Boppré
Leonel Camasão
Uma análise preliminar dos dados recém lançados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[1] nos revela informações surpreendentes. Inicialmente, comparando os Censos de 2000 e 2010, a variação total da população brasileira foi de 1,17%. Em números absolutos, éramos 169.799.170 de habitantes no ano 2000. Já em 2010, somos 190.732.694.
Em Santa Catarina, tivemos uma flutuação maior, na ordem de 1,55%. Nosso estado é o que mais cresceu na região Sul, pois sua população no ano de 2000 era de 5.356.360 e, em 2010, representa 6.249.682. No ranking nacional, SC é o 11° estado com maior crescimento populacional. Dos 10 estados que despontaram mais do que SC, estão seis dos sete estados do Norte e todo o Centro Oeste.
Santa Catarina destoa do Sul do Brasil. Seu crescimento é três vezes superior ao crescimento populacional do Rio Grande do Sul no período comparado. Apesar do alto crescimento populacional, exatos 100 municípios catarinenses – ou 34,13% do total – encolheram.
O fenômeno produziu um efeito que variou de -20,19% em Presidente Castello Branco, enquanto Monte Castelo apontou uma diminuta redução na ordem de -0,02%. Esse efeito atingiu principalmente o Extremo Oeste, o Meio Oeste e o Planalto Serrano.
Em contrapartida, ocorreu um acentuado processo de “litoralização”, na medida em que os 30 municípios[2] litorâneos catarinenses obtiveram aumento populacional de 26,02%. Itapema lidera o crescimento no estado, com 77,10% de variação, uma verdadeira explosão populacional. Já Araquari, no norte do Estado, é o município de menor crescimento entre os municípios do litoral, com apenas 4,94%. O adensamento populacional no litoral catarinense obteve um incremento na ordem de 459.188 pessoas, maior do que a população florianopolitana.
Os dados do IBGE revelam aquilo que já vínhamos anunciando: o modelo de administração por meio das Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs) é pífio e mera retórica eleitoreira, além de incapaz de conquistar os objetivos prometidos. Desenvolvimento harmônico, deslitoralização, descentralização, regionalização, são palavras de um discurso político que, ao final de oito anos de governo, não tiveram efeito prático. Em mensagem ao legislativo, LHS afirmou: “O objetivo tem sido o de distribuir o desenvolvimento por toda Santa Catarina, recuperando o modelo de crescimento harmônico que tornou equilibrada nossa economia durante as sete primeiras décadas do século passado” [3]. Os dados do IBGE mostram que isso não é real.
O novo governador Raimundo Colombo (DEM), antes crítico ao modelo de descentralização de LHS, certamente perderá uma boa oportunidade de corrigir esse monstrengo burocrático que em muito se confunde com máquinas eleitorais do PMDB. Prova inconteste é o fato de o governador Colombo ter reservado a nomeação das SDRs para o período pós eleições da mesa diretora da Assembleia Legislativa (Alesc): é óbvio, as SDRs são cabides politiqueiros da fisiológica base parlamentar da “polialiança”.
Afrânio Boppré é professor, economista, doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e presidente do PSOL Santa Catarina
Leonel Camasão é jornalista, assessor sindical e Secretário Geral do PSOL Santa Catarina
[1] Dados Preliminares divulgados pelo IBGE. Disponíveis no site http://www.censo2010.ibge.gov.br/resultados_do_censo2010.php
[2] Araquari, Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Barra do Sul, Balneário Camboriú, Balneário Gaivota, Balneário Piçarras, Barra Velha, Biguaçu, Bombinhas, Florianópolis, Garopaba, Governador Celso Ramos, Içara, Imbituba, Itajaí, Itapema, Itapoá, Jaguaruna, Joinville, Laguna, Navegantes, Palhoça, Passo de Torres, Paulo Lopes, Penha, Porto Belo, São Francisco do Sul, São José e Tijucas.
[3] Luiz Henrique da Silveira, 14 de fevereiro de 2005, Mensagem do governador de Santa Catarina à Assembleia Legislativa.

Afrânio Boppré é o novo presidente nacional do PSOL

O Diretório Nacional do PSOL elegeu o economista e professor Afrânio Boppré como novo presidente do partido. O nome foi escolhido por unanimidade. A decisão é resultado da renúncia da vereadora Heloísa Helena da presidência do partido, no último dia 20 de outubro, logo após sua derrota na disputa pelo senado em Alagoas. Desde então, o partido vinha funcionando como um colegiado.
A cadeira de presidente deixou de estar vaga após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O PSOL propôs uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), pedindo a regulamentação de artigos da constituição no campo da comunicação social, em especial, o direito de resposta. A Ministra Ellen Gracie se negou a aceitar a Adin porque ela não era assinada pelo presidente do PSOL, mas sim, pelo seu secretário-geral, no caso, Afrânio.
“A negativa se deu porque na ação não constava o nome do presidente como representante formal do partido, mas sim o meu. Para solucionar o problema, assumi a presidência e deixamos vago o cargo que eu ocupava, de secretário-geral, mas continuo exercendo as duas funções, como já vinha fazendo há dois meses”, explica Afrânio. Afrânio também comentou a renúncia de Heloísa Helena.“Lamentei muito a decisão dela, visto que é um quadro político importante da esquerda brasileira e teria muito ainda a colaborar”, disse.
Além da escolha do novo presidente, a reunião da executiva avaliou e debateu o cenário político brasileiro, que será enfrentado a partir de 2011 com Dilma na presidência. “O que vemos é um reforço da hegemonia burguesa no Brasil, que não questiona a ordem social capitalista. O novo governo estabeleceu um leque de alianças altamente conservadoras e os movimentos sociais precisarão se organiza mais, se mobilizar e ir para as ruas para garantir os direitos do povo”, alertou Afrânio.
A reunião estabeleceu ainda novas resoluções para serem encaminhadas, entre elas a realização de campanhas de filiação massiva ao PSOL; pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem diminuição do salário; para afirmar o partido como ecossocialista; contra a reforma da previdência, entre outras. Também foram definidas as datas de realização do 3º Congresso Nacional do PSOL, em 9, 10 e 11 de setembro do próximo ano, e da próxima reunião da Executiva Nacional, no dia 24 de janeiro. Outra ação importante foi a alteração do estatuto da Fundação Lauro Campos, no qual a Diretoria Executiva passou de três membros para cinco e o Conselho Curador de sete nomes para nove.
Afrânio fica na presidência do PSOL até o próximo Congresso Nacional do partido, em setembro de 2011, quando a militância do PSOL irá eleger a nova direção do partido.
Quem é
Afrânio Boppré é natural de Florianópolis, e é professor de economia no curso de Direito no Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina (Cesusc). É formado em economia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde também concluiu o mestrado em Geografia e onde cursa doutorado na mesma área.
Afrânio foi vice-prefeito de Florianópolis no governo da Frente Popular (1993-1996), tendo ocupado, por duas vezes, uma cadeira na Assembleia Legislativa (2000-2002/2003-2006). Em 2005, veio para o PSOL, tendo concorrido à prefeitura de Florianópolis pelo partido em 2008.

Heloísa Helena pede afastamento da presidência do PSOL

Afrânio Boppré deve assumir presidência interina do partido

A presidente nacional do PSOL, a vereadora Heloísa Helena, formalizou nesta terça-feira seu afastamento definitivo do cargo. Heloísa já não exercia qualquer a presidência do PSOL – nem comparecia às reuniões do Diretório Nacional – desde abril de 2010.

Com o afastamento, o secretário geral do PSOL, Afrânio Boppré, deverá assumir a presidência interina do partido até que seja indicado um substituto. Afrânio é presidente do PSOL em Santa Catarina, tendo sido vice-prefeito de Florianópolis e deputado estadual por duas vezes (2000-2002/2003-2006).

Derrotas

Desde o 2o Congresso Nacional do PSOL, Heloísa Helena tem sofrido derrotas constantes dentro e fora do PSOL. Ela foi a maior defensora – junto à deputada Luciana Genro (RS) – de uma coligação com Marina Silva (PV), proposta rejeitada por ampla maioria do partido após intenso debate interno.

Nas prévias para a escolha do candidato a presidente da república, o candidato qde Heloísa e Luciana – Martiniano Cavalcante – perdeu a disputa para Plínio de Arruda Sampaio.

Depois das derrotas internas, vieram as derrotas eleitorais. Heloísa não se elegeu ao senado, e Luciana Genro foi a oitava mais votada no RS para deputada federal, mas não atingiu o quociente.

Derrotado nas prévias, Martiniano Cavalcante concorreu a deputado estadual por Goiás, onde fez 18.348 votos, também sem atingir o quociente. Sete deputados se elegeram com menos votos que Martiniano na assembleia goiana.

A única figura do grupo de Heloísa eleita em 2010 foi Janira Rocha, deputada estadual pelo Rio de Janeiro. Janira surfou na reeleição do deputado Marcelo Freixo, segundo mais votado no RJ com 177.253 votos.

A votação de Janira foi bastante inexpressiva – apenas 6.422 votos – votação menor do que a do vereador carioca Eliomar Coelho (RJ), eleito em 2008 com 15.703 votos.

Eleições 2010: Vale tudo por Dilma Roussef

A aproximação do prazo legal para a definição de candidaturas tem demonstrado o que já dizemos a algum tempo: a completa descaracterização do projeto do Partido dos Trabalhadores (PT). Com o objetivo primordial de eleger Dilma Roussef à presidência da república, a cúpula do PT não tem medido esforços para transformar antigos inimigos em aliados, conciliando, muitas vezes, interesses qque eram, até pouco tempo, inconciliáveis.
Santa Catarina é um bom exemplo. No dia 28 de abril, o Diário Catarinense publicou uma imagem onde, na mesma mesa, sentavam Ideli Salvatti e Dilma Roussef, de um lado, e Angela Amin do outro. Como disse o amigo Afrânio Boppré em seu twitter, a imagem “é a aliança dos torturados com os torturadores”, referindo-se aos lados opostos em que Ideli e Angela estavam durante a ditadura militar.
Mas não é só por aqui que a coisa anda mal. Reportagem do Estadão on-line de hoje atesta que há problemas políticos graves na Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O jornal omitiu Alagoas, onde Fernando Collor (PTB) declarou-se candidato e espera apoio de Lula e Dilma para se eleger.
Abaixo, a íntegra da lista publicada pelo estadão sobre os problemas nos Estados. Leia a matéria completa aqui.
Maranhão
Lula entrou em campo para obrigar o PT do Maranhão a apoiar a candidatura da governadora Roseana Sarney (PMDB). Antigo adversário da família Sarney, o PT decidiu se aliar ao deputado Flávio Dino (PC do B). Mas uma ala do partido, com cargos na equipe de Roseana, promete rever a decisão.
Pará
Para apoiar a reeleição da governadora Ana Júlia Carepa (PT), o deputado Jader Barbalho (PMDB) quer reconquistar cargos estratégicos. Em rota de colisão com Ana Julia, Jader flerta com os tucanos e ameaça lançar seu sobrinho, José Priante, ao governo, garantindo um lugar na chapa para o Senado.
Rio
Candidato a um segundo mandato, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), prometeu aval a Dilma, mas não admite que ela pise no palanque de seu adversário, Anthony Garotinho (PR). O PT não sabe como administrar o problema, pois Garotinho também espera retribuição por aderir à campanha de Dilma.
Paraná
O PT pode perder o apoio do senador Osmar Dias (PDT), candidato ao governo. Ele está aborrecido com a insistência do PT em lançar Gleise Hoffmann ao Senado porque quer que ela seja vice na chapa. Alega que o PT está atrapalhando as negociações com o PP e flerta com o PSDB de Beto Richa.
Rio Grande do Sul
O PMDB está em cima do muro. O ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, não declarou apoio ao tucano José Serra, nem fechou com Dilma. A base aliada está dividida: o PT lançou Tarso Genro, o PSB apresentou Beto Albuquerque e o PP ameaça fechar aliança com a governadora Yeda Crusius (PSDB).
Bahia
São cada vez mais fortes as estocadas entre o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Os partidos governistas estão divididos e o PR aderiu a Geddel.

Novas responsabilidades

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Hoje vivenciei dois fatos que aumentam a minha responsabilidade política no PSOL. Pela manhã, fui empossado como Secretário Geral do PSOL em Santa Catarina. Assumi o posto porque a titular, Luana Bergmann, teve que se mudar para Brasília.

Já pela tarde, estivemos na 3a Conferência Eleitoral do PSOL-SC. Essa Conferência elegeu dois delegados para representar o estado na Conferência Nacional, que fará as prévias internas do PSOL para a escolha do nosso candidato a presidente da república. Como já devem ter reparado, estou com Plínio de Arruda Sampaio.

Como eram duas vagas, cada um dos 17 delegados poderia votar duas vezes. Dos 17 votos possíveis, recebi 14 (82,35%), seguido pelo presidente do PSOL-SC, Afrânio Boppré, com 13 votos (76,74%). Abstenções somaram quatro votos, e o candidato Marcos Alves Soares, de Joinville, recebeu três votos (17,65%). Como cada um podia votar duas vezes, a soma das porcentagens totaliza 200%.

Com a eleição para delegado, estarei no Rio de Janeiro para participar da Conferência Nacional nos dias 10 e 11 de abril. Até lá, muita coisa para fazer por aqui em SC. Em breve, vou disponibilizar as fotos.

PSOL quer impeachment de Leonel Pavan (PSDB)

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O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL/SC) requer nesta terça-feira, 5 de janeiro, pedido de impeachment do vice-governador Leonel Pavan (PSDB) junto a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Segundo o presidente do PSOL, Afrânio Boppré “os fatos já apontados pela Polícia Federal e Ministério Público Estadual são suficientes e justificam o pedido de impeachment”. A decisão foi tomada em reunião extraordinária do PSOL catarinense.

O documento possui 14 páginas e pede o afastamento do vice-governador de suas funções até que o processo seja analisado pelos deputados estaduais. Segundo Boppré, “se a Assembléia Legislativa quiser continuar sendo reconhecida como a Casa do Povo e Poder independente, deve acolher a iniciativa do PSOL”.

O PSOL foi o primeiro partido a requerer impeachment de José Roberto Arruda (DEM), governador do Distrito Federal flagrado com dinheiro nas meias. Também em 2008, o PSOL gaúcho se destacou pelas denúncias contra a governadora Yeda Crusius (PSDB), do Rio Grande do Sul, sobre a compra de sua mansão com dinheiro de campanha eleitoral.

Após protocolo o PSOL dará coletiva na ALESC às 15 horas.

http://www.psolsc.org.br/noticias/psol-quer-impeachment-de-leonel-pavan.html

Operação Transparência poderá indiciar Leonel Pavan, diz jornal

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Diário Catarinense afirma que existem gravações que incriminam vice-governador

O superintendente da Polícia Federal em Santa Catarina, Ademar Stocker, confirmou na manhã desta quinta-feira o indiciamento de dois empresários e cinco servidores públicos estaduais pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e advocacia administrativa. No bastidores, fala-se abertamente que um dos indiciados é o vice-governador Leonel Pavan (PSDB). Conforme publicado no blog do jornalista Moacir Pereira, existiriam conversas telefônicas que confirmariam que Pavan tentou interferir na Secretaria da Fazenda para dar a inscrição para a empresa. A Arrows não conseguiu a inscrição. Segundo a PF, “servidores honestos” impediram a fraude. A coletiva de imprensa durou apenas 10 minutos. A PF não divulgou os nomes dos envolvidos, pois o processo corre em segredo de Justiça.

O inquérito da Policia Federal sobre a Operação Transparência contém gravações telefônicas do vice-governador Leonel Pavan com os empresários que faziam apelos e pressões para obter o restabelecimento da inscrição fiscal. Mas também imagens consideradas devastadoras por quem já teve acesso ao processo.
São cenas de encontro de Pavan com um dos empresários no Aeroporto Hercilio Luz, em Florianópolis
, afirma o blog do Moacir Pereira.

PSOL não descarta realizar “Fora Pavan”, diz Afrânio

O presidente do PSOL Santa Catarina, Afrânio Boppré, participou nesta quarta-feira do programa Conversas Cruzadas, no canal fechado TVCOM. Convidado para participar do debate sobre o dia nacional contra a corrupção, Afrânio citou o caso envolvendo Pavan.

“O PSOL já estimulou o Fora Yeda, o Fora Renan, o Fora Sarney e agora o Fora Arruda, e quem sabe agora, vamos fazer o fora Pavan”, afirmou, durante o debate. Afrânio também destacou que a corrupção é inerente ao sistema capitalista, o que deixou o apresentador, Renato Igor, bastante alterado.

Reproduzido do www.psolsc.org.br

Santa Catarina no Congresso do PSOL

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Santa Catarina também foi representada no Congresso Nacional do PSOL. Joinville, Blumenau e Florianópolis enviaram delegados para o evento. Além disso, outros militantes foram como observadores.

Na imagem acima, aparecem Bruno Bello (Joinville), Dari Diehl (Blumenau), Willian Luiz da Conceição (Joinville), Afrânio Boppré, Léa Medeiros e Luana Bergmann (Florianópolis), eu e o camarada Hernandez Vivan (Joinville).

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