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Pastor "ex-homossexual" casa-se com ex-marido da irmã e pede a guarda dos filhos em Rondônia

Um pastor evangélico protagoniza um drama familiar na cidade de Cacoal, a 480 quilômetros de Porto Velho (RO). Até então auto intitulado como “ex-homossexual”, Pedro Rochinha Siqueira, o Pastor Rochinha, passou a viver com o ex-marido de sua irmã, Flávio Serapião Birschiner.

Flávio era casado com Ana Paula Rochinha Birschiner há dois anos. Da união, nasceram gêmeos. Flávio separou-se de Ana e foi viver com o cunhado, Pastor Rochinha. Agora, o assumido casal homossexual pede a guarda dos filhos na justiça. 
Pastor Rochinha era conhecido na comunidade de Jardim Clodoaldo como uma pessoa íntegra e milagreira. Se apresentava como “ex-homossexual” e creditava ao espírito santo a sua “reorientação sexual”. 
Pastor Rochinha ficou relativamente famoso ao aparecer em programas televisivos como “caso bem sucedido” de “recuperação” de homossexuais. Antes de converter-se, Pastor Rochinha era uma drag queen (ou travesti, não sabemos ao certo) e fazia shows em casas LGBTs sob o nome de Shirley Mac Lanche Feliz. 
Declarações infelizes
O caso tornou-se ainda mais inusitado pelas declarações dos envolvidos. Ana Paula acredita que Flávio a deixou pela sua recusa em praticar sexo anal com o marido. Já Flávio, o ex-marido, afirma ter pedido a guarda das crianças por acreditar que “é melhor um filho ser criado pelo pai e pelo tio do que por uma mãe solteira”.
Caso sério
O fato do caso ser inusitado pode levar muita gente aos risos (e confesso, ri também no começo). Mas o drama de Flávio, Pedro e Ana é resultado da homofobia existente na sociedade. Ser uma drag queen ou travesti já não é fácil. Imagina ainda em uma cidadezinha no interior de Rondônia?
A “conversão” de homossexuais à heterossexualidade nada mais é do que repressão, medo, culpa. Sentimentos esses plantados pela sociedade, pela igreja e pela família. Não existem ex-homossexuais, o máximo que a igreja faz é reprimir a pessoa ao ponto de torná-la assexuada, culpada e infeliz. A fala de Flávio, que acredita ser melhor o “pai e o tio” criarem os filhos do que “a mãe solteira” mostra que, mesmo nesse caso tão exótico, o casal ainda apresenta valores muito conservadores. Caso os gêmeos sejam criados pela mãe solteira, não serão os primeiros nem os últimos e não é isso que os tornará pessoas boas ou ruins. 
Apesar de rirmos em princípio, se pensarmos bem, veremos que a situação é bem triste. Se a homofobia fosse algo superado na sociedade, Flávio nem teria se casado com Ana, e esses gêmeos nem existiriam para agora serem disputados na justiça. Apesar de terem saído do armário, o que por si só já elimina muito sofrimento, o casal ainda vai passar por poucas e boas com a família e com a sociedade de Cacoal.

Com informações do Correio da Paraíba