Arquivo mensal: janeiro 2010

Band/Vox Populi: Serra despenca, Ciro e Marina caem e Dilma sobe 9 pontos

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Os cenários de 2010 começam a melhorar para a pré-candidatura governista ao Palácio do Planalto. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), teve queda de 5 pontos percentuais em relação ao último levantamento, mas ainda lidera com 34% das intenções de voto.

Já Dilma Roussef (PT) foi a única candidata que subiu nas pesquisas. E subiu bem: 9 pontos em pouco mais de um mês, marcando 27% das intenções de voto.

Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) também caíram: ele, despencou como Serra e perdeu seis pontos. Ela, dois. O deputado federal somou 11%, e a senadora ficou com 6%.

O Vox Populi – assim como outros institutos – continuam a ignorar solenemente as pré-candidaturas do PSOL, PSTU e PMDB. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) lançou sua pré-candidatura em agosto do ano passado. Zé Maria (PSTU) e Roberto Requião (PMDB) no fim do ano, mas mesmo assim, seus nomes não são testados nas pesquisas.

Acompanhem no gráfico abaixo

Porque Pavan quer ser investigado?

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A repercussão das atitudes do vice-governador Leonel Pavan (PSDB) está deixando muitos acompanhantes do noticiário político em dúvida. Porque Pavan não está medindo esforços para garantir que a investigação contra sua pessoa aconteça ? Porque pediu aos deputados estaduais que autorizem o Tribunal de Justiça a processá-lo? Porque tem tanto interesse em fazer com que o processo corra de maneira rápida? Afinal de contas, na história política recente do país, todos os políticos acusados de graves crimes de corrupção dão nó em pingo d’água para impedir processos, investigações, CPIs e afins. Então, porque Pavan quer permitir tudo isso?

Um dos motivos aparentes é exatamente este: inundar a cabeça das pessoas de dúvidas. Pavan quer demonstrar que age como inocente, mesmo que as imagens e gravações já exibidas pela imprensa sejam avassaladoras.

Além disso, a partir do momento em que o processo começar a tramitar no Tribunal de Justiça, o assunto tecnicamente “morre” para a imprensa. É só um dos 50 desembargadores pedir vistas do processo para que deixem de ocorrer fatos novos até a imprensa silenciar sobre o caso. Com o silêncio, a intenção de assumir o governo e tentar salvar a moribunda candidatura ganha força.

Ao mesmo tempo, Pavan, que está com o projeto eleitoral por um fio, limpa a barra dos deputados governistas, ao liberá-los a votar a favor da investigação. Afinal, o presidente tucano não precisa compartilhar o ônus eleitoral com a base do governo, pois isso afetaria os projetos da tríplice aliança.

O mesmo ocorreu quando a Assembleia Legislativa acatou o pedido de impeachment do PSOL. Ele poderia ter engavetado o pedido sumariamente, sob qualquer desculpa esfarrapada. Caso isso ocorresse, Jorginho Mello (PSDB), presidente da Alesc, arcaria sozinho com o ônus de engavetar o impeachment. Ao constituir comissão especial para realizar a investigação, ele dilui a responsabilidade com nove deputados e lava as mãos. De quebra, passa a imagem de independência e transparência.

A Alesc também tentará empurrar com a barriga o pedido de impeachment, para blindar Pavan. Possíveis fatos novos devem complicar essa estratégia de passar a imagem de bom moço e adiar sua posse como governador, quem sabe, até impedi-la.

Associação Arco-íris elege nova direção

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A Associação Arco-íris de Joinville elegeu sua nova direção em assembleia geral realizada no último domingo, dia 24 de janeiro. A eleição ocorreu após a assembleia ter definido mudanças estatutárias e organizacionais na entidade.

Em agosto, a associação arco-íris havia eleito uma direção provisória para um “mandato tampão”, responsável por encaminhar esse novo formato de organização. Após muitos debates, a associação adotou o modelo colegiado e elegeu cinco novos membros.

Diretoria de Comunicação: Carolina Raquel da Veiga
Diretoria de Eventos: Ismael Ramos
Diretoria Financeira: Jackson de Oliveira
Diretoria de Projetos: Jefferson Kielwagen
Diretoria Administrativa: Josué Júnior

Além da nova direção, foram eleitos os três membros do Conselho Fiscal, do qual também faço parte. Além deste blogueiro, foram eleitos os membros Emanuelle Carvalho e Sandro Lindoso.

Os sete novo membros cumprirão um mandato de dois anos, ficando nos cargos até janeiro de 2012.

700 quilômetros pela Serra Catarinense

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Tive a oportunidade de viajar até Lages e Campos Novos na última semana, para participar de reuniões com simpatizantes e militantes do PSOL. Foi uma longa viagem, e bastante cansativa: saímos da capital às 6 da manhã e chegamos apenas às 22 horas. Somando tudo, a viagem chegou aos 700 quilômetros, ida e volta. Me acompanharam os camaradas Paulo Wilpert e Luana Bergmann. As poucas fotos que batemos estão aí abaixo.

As primeiras fotos são em Lages, onde nos reunimos na Casa do Trabalhador, um prédio que reúne diversos sindicatos. Na sequência, as imagens de uma reunião no assentamento Sepé Tiaraju, em Campos Novos, onde também compareceram simpatizantes da cidade de Erval Velho. Lá, o militante do PSOL João Maria Chaves (de vermelho), que também participa do MST está dialogando com um grupo de militantes para que ingressem no partido. Fomos lá fazer o debate e fomos muito bem recebidos.

http://www.flickr.com/apps/slideshow/show.swf?v=71649

A candidatura Pavan está se desmilinguindo

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Está cada vez mais remota a possibilidade do vice-governador Leonel Pavan (PSDB) ser candidato ao governo do estado nas eleições desse ano. Atingido em cheio por uma investigação da Polícia Federal e por um pedido de impeachment impetrado pelo PSOL, o vice faz bravata e dá entrevista dizendo: “assumo quando quiser”.

Sabemos que não é bem assim. Logo após cantar de galo e anunciar que assumiria o governo ainda em janeiro, as gravações que incriminam Pavan e dão subsídios para as conclusões da PF apareceram na RBS TV.

Os vídeos são contundentes. Independente do resultado na Justiça, a candidatura de Pavan já está abalada em suas estruturas. A tríplice aliança agora deverá caminhar com Raimundo Colombo (DEM), único candidato governista com chances reais de enfrentar Angela Amin (PP). Diga-se de passagem, são duas péssimas opções.

As denúncias prejudicam também a candidatura de LHS ao Senado. Com Pavan no alvo, fica difícil se licenciar do governo para começar a pré-campanha.

Para piorar o lado de Pavan, a Assembleia Legislativa acatou o pedido de impeachment do PSOL. Uma comissão de nove membros deverá avaliar o pedido a partir de fevereiro.

Marina começa a perder apoio do Psol

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Fabio Pozzebom/ABr

Aproximação do PV com PSDB e DEM pode afastar Psol de Heloisa da campanha de Marina

Rudolfo Lago

Más notícias para a senadora Marina Silva e para a sua candidatura à Presidência pelo PV. O Psol, da ex-senadora Heloisa Helena, anunciou em nota que tende a desembarcar da candidatura de Marina, por conta das aproximações do PV com o PSDB e o DEM, partidos que o Psol considera muito conservadores. No centro da polêmica, está a candidatura do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) ao governo do Rio de Janeiro. Gabeira negocia o apoio do PSDB e do DEM à sua candidatura. Para o Psol, se isso ocorrer, Marina acabará amarrada aos projetos conservadores desses dois partidos na sua tentativa de eleger-se presidente. E, aí, não será possível ao Psol, com seu discurso de esquerda, manter-se ligada a ela.

No ano passado, Marina e Heloisa Helena estiveram juntas no Senado e selaram um compromisso de aliança. Em 2006, Heloisa Helena teve 6,85% dos votos válidos. O apoio a Marina seria importante para agregar essa votação, e também para aumentar o exíguo tempo de TV que ela terá para a sua candidatura.

A nota do PSol é assinada pela deputada Luciana Genro (Psol/RS) e por outros dois dirigentes do partido, Martiniano Cavalcanti e Roberto Robaina. Não é, como eles deixam claro, uma posição fechada, mas uma tendência. O assunto será debatido pela Executiva Nacional do PSol no dia 21 de janeiro.

Leia a íntegra da nota do PSol:

“São remotas as possibilidades do PSOL apoiar a candidatura de Marina Silva”

por Luciana Genro, Martiniano Cavalcanti e Roberto Robaina (dirigentes do PSOL)

“Desde quando o PSOL votou realizar negociações com o PV explorando as possibilidades de apoio à candidatura de Marina Silva, temos trabalhado seriamente para que as divergências e convergências entre os dois partidos sejam bem identificadas e permitam uma definição clara e correta acerca da necessidade ou não, da justiça ou não, de tal aliança para o país e para os trabalhadores. Partimos nesta busca de uma premissa que reivindicamos totalmente e não abandonamos jamais: no pleito de 2010 o Brasil necessita de uma candidatura independente que seja um contraponto à polarização conservadora do PSDB e do PT. E até aqui insistimos para que Marina Silva assuma este papel. Em parte isso é definido pelo programa, pelo perfil político e pelo conjunto dos aliados que sua candidatura envolve”.

“Infelizmente, apesar de nossos reais e sinceros esforços, está ficando claro que não teremos uma base programática capaz de unir nossas forças nestas eleições. Na carta que dirigimos ao PV, o PSOL colocou como seu principal ponto de negociação a necessidade de que a candidatura Marina fosse expressão justamente de uma política independente, capaz de enfrentar a polarização conservadora entre PSDB e PT. Uma forma objetiva básica com o qual buscamos materializar a candidatura independente foi com a defesa de que os candidatos ao governo nos estados não estivessem aliados nem com o PT/PMDB nem com o PSDB/DEM. Ou seja, os candidatos aos governos tinham que expressar a independência em relação às forças de dominação do grande capital. As negociações estavam em curso. A direção do PV respondeu à carta da Executiva Nacional do PSOL declarando-se de acordo com este critério, que foi o primeiro item do PSOL. Na carta do PV, uma carta muito educada e mostrando disposição de negociação, tinha vários pontos com o qual não concordávamos, mas este ponto era claro e positivo. Dizia claramente estar a favor de candidaturas independentes em todos os estados”.

“Pois no dia de ontem a notícia da Folha de SP é que Gabeira será candidato ao governo pelo PV em aliança com o PSDB e com DEM. Para ser fiel ao texto, citamos: “Apontado como o candidato ideal do governador José Serra (PSDB) ao governo do Rio de Janeiro, o deputado federal Fernando Gabeira (PV) admitiu ontem a possibilidade de entrar na disputa estadual. Em reunião com tucanos do Estado, Gabeira condicionou sua candidatura à consolidação de uma aliança entre PSDB e PV do Rio. “Se todos se sentirem confortáveis, eu topo”, disse o deputado à Folha. A operação conta com o aval da pré-candidata do PV, Marina Silva (AC). Grife da sigla, Gabeira ameaçava desistir até do Senado se o partido insistisse no lançamento de uma chapa “puro-sangue” no Estado. A candidatura de Gabeira é crucial para Serra por oferecer um palanque forte ao PSDB no Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do país”.”

“Bem, mais claro impossível. No dia de hoje novamente a notícia foi dada, sem desmentido algum. Assim, caso esta posição se mantenha, estaremos de fato caminhando para o encerramento das negociações entre o PSOL e o PV. Como já dissemos em outras oportunidades, a independência em relação aos projetos capitalistas representados pelo PSDB e pelo PT é uma condição da qual não abrimos mão. Não vamos, portanto, abrir mão do primeiro ponto que apresentamos nas negociações, ponto, aliás, com o qual o PV declarou estar de acordo. Este acordo declarado do PV possibilitou que as negociações entre PV e PSOL continuassem. Por sua vez, a confirmação da aliança de Gabeira no Rio de Janeiro, certamente, as encerraria na prática. Não contestamos que tal aliança torna a candidatura de Gabeira forte no Rio de Janeiro. Mas uma força a serviço do capital e dos tucanos”.

“O princípio fundamental para que a aliança ao redor do nome de Marina fosse concretizada é a viabilização mínima de uma política independente dos dois blocos de poder do capital, um contraponto à polarização conservadora. Mas se no terceiro colégio eleitoral do país o PV é abertamente instrumentalizado pelos tucanos na disputa, então a independência está sepultada. Tal aliança no RJ é o símbolo deste sepultamento. Consideramos uma clara derrota que Marina não se converta em candidata independente, mas a realidade está caminhando claramente para confirmar esta derrota. Perdem os que querem uma nova política. Perde o país”.

“Informamos, é claro, a nossa presidente, a camarada Heloísa Helena, nossa preocupação e reflexão, que refletem a elaboração coletiva de nossas correntes. Heloísa Helena sabe muito bem conduzir este momento e temos total confiança em sua condução partidária. A reunião da Executiva Nacional do PSOL será realizada no próximo dia 21 e presidida por ela. Teremos aí a oportunidade para conversar e definir nossos rumos com toda a direção partidária. Em particular, estaremos com nossos camaradas da APS com o qual temos trabalhado juntos até aqui e com certeza seguiremos trabalhando”.

Reproduzido de Congresso em Foco

PSOL quer impeachment de Leonel Pavan (PSDB)

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O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL/SC) requer nesta terça-feira, 5 de janeiro, pedido de impeachment do vice-governador Leonel Pavan (PSDB) junto a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Segundo o presidente do PSOL, Afrânio Boppré “os fatos já apontados pela Polícia Federal e Ministério Público Estadual são suficientes e justificam o pedido de impeachment”. A decisão foi tomada em reunião extraordinária do PSOL catarinense.

O documento possui 14 páginas e pede o afastamento do vice-governador de suas funções até que o processo seja analisado pelos deputados estaduais. Segundo Boppré, “se a Assembléia Legislativa quiser continuar sendo reconhecida como a Casa do Povo e Poder independente, deve acolher a iniciativa do PSOL”.

O PSOL foi o primeiro partido a requerer impeachment de José Roberto Arruda (DEM), governador do Distrito Federal flagrado com dinheiro nas meias. Também em 2008, o PSOL gaúcho se destacou pelas denúncias contra a governadora Yeda Crusius (PSDB), do Rio Grande do Sul, sobre a compra de sua mansão com dinheiro de campanha eleitoral.

Após protocolo o PSOL dará coletiva na ALESC às 15 horas.

http://www.psolsc.org.br/noticias/psol-quer-impeachment-de-leonel-pavan.html