Arquivo mensal: abril 2009

A parada gay e a onda conservadora

Faz alguns dias que o portal do A Notícia está sustentando uma enquete sobre a possibilidade de ocorrer uma parada gay em Joinville, em junho. A enquete deve estar lá por tanto tempo porque realmente é um sucesso em número de comentários. Lá, é possível perceber os resquícios do conservadorismo de Joinville.

Digo que isso nada muda para a realização da parada gay. Acredito que as pessoas superstimam a quantidade de conservadores na cidade. Claro, essa percepção é puramente empírica.

Digo aos que são contra: podem ser contra, o estado é laico.

Aos que afirmam ser “uma festa sem moral e lasciva”, eu retruco: e o carnaval? É o quê? Os heterossexuais podem ter uma festa lasciva, mas os homossexuais, não?

Aos que criticam o uso do dinheiro público: e a Festa das Tradições? Carnaval? Iluminação natalina?

Aos que falam que falta Deus no coração: Desculpe, não sei se repararam, mas existem outras religiões no mundo. E existe gente sem religião.

Os homossexuais não tentam interferir ou impedir as manifestações culturais da igreja (como missas, procissões, etc). Então, meus bons e velhos conservadores, esperneiem bastante. É o máximo que poderão fazer.

PPS campeão de viagens


Após grande parte da imprensa brasileira publicar material sobre a tal “farra das passagens”, o periódico A Notícia decidiu investir no assunto regional e localmente. Em Santa Catarina, o deputado federal campeão em viagens é Fernando Coruja (PPS), líder do PPS no Congresso Nacional, e um dos maiores professadores do discurso ético na política. Coruja fez 19 viagens ao exterior, contra 14 do segundo “mais viajão”, Nelson Goetten (PR).

Já em Joinville, o PPS também é o campeão de gastos com viagens e diárias. Ao contrário do Congresso Nacional, as viagens não são internacionais e são realizadas em via terrestre. Ao todo, a Câmara dispendeu quase R$ 24 mil em viagens em apenas quatro meses do ano legislativo. Nesse ritmo, caso a média se mantenha, serão gastos R$ 287 mil nos quatro anos de mandato somente com viagens.

O número de viagens em sí não é tão importante, mas sim, o quanto é gasto de dinheiro público nessas viagens. O vereador Juarez Pereira (PPS) é o campeão de despesas, e gastouR$ 4.240 em quatro viagens entre janeiro e março. No levantamento realizado por A Notícia, não estavam contabilizados os gastos de abril.

Juarez gastou em média R$ 1.413,33 por mês com diárias, cursos e passagens. O valor é mais alto do que o piso de muitas categorias profissionais, como professores e jornalistas, por exemplo.

O presidente da Câmara, Sandro Silva, também do PPS, é o segundo em gastos, com R$ 3.275 entre janeiro e abril. A média mensal de gastos com viagens é de R$ 818,75. Sandro ainda tem uma boa justificativa para viajar bastante – é presidente da Câmara e deve representar o poder legislativo em eventos, fóruns, etc.

Entre os vereadores que gastaram mais de R$ 3 mil em viagens, ainda aparecem Jucélio Girardi (PMDB) com R$ 3.570 (entre janeiro e abril, gasto médio de 892,50) e Odir Nunes (DEM), com R$ 3.490 (entre janeiro e março, gasto médio de R$ 1.163,33).

Veja abaixo, a lista com o gasto total e o gasto médio com viagens dos outros vereadores.

Alodir Alves de Cristo (DEM)
R$ 2.665 (média de R$ 666,25/mês)

Roberto Bisoni (PSDB)
R$ 2.200 * (média de R$ 733,33/mês)

Joaquim Quinzinho (PSDB)
R$ 1.410 (média de R$ 470/mês)

Maurício Peixer (PSDB)
R$ 1.175 (média de R$ 293,75/mês)

Osmari Fritz (PMDB)
R$ 940 * (média de R$ 313,33/mês)

Manoel Francisco Bento (PT)
R$ 275 (média de R$ 68,75/mês)

Adilson Mariano (PT)
R$ 235 (média de R$ 58,75/mês)

Viagens não contabilizadas no levantamento (realizadas em abril)
Belini Meurer (PT), Dalila Leal (PSL), James Schroeder (PDT) e Patrício Destro (DEM)

Não viajaram
João Rinaldi (PT), Lauro Kalfels (PSDB), Tânia Eberhardt (PMDB) e Zilnete Nunes (PP)

* Dados e médias calculadas com gastos divulgados entre janeiro e março. Os outros casos se referem entre janeiro e abril. Fonte: A Notícia

A demissão de Salete Lemos

Tive contato com esse vídeo a partir do blog do Jordi Castan. Pesquisei na internet, e o que encontrei foi isso. Muito interessante se os comentaristas televisos tivessem essa liberdade. Pena a demissão, ainda mais em uma TV educativa.

29/08/2007

Salete Lemos critica TV Cultura e diz que foi demitida por censura

Salete Lemos está fazendo participação fixa, com cachê, no “Hebe”, mas ainda não digeriu sua demissão da Cultura, em julho. Ela diz que foi dispensada após criticar os bancos e o governo. “Um banco ameaçou tirar o patrocínio se eu não me retratasse no ar. A Cultura perdeu o compromisso com a liberdade editorial”, afirma Salete. A Cultura diz que a demissão dela não teve relação com o comentário.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/zapping/ult3954u323871.shtml

Vito Gianotti em Joinville

O coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Vito Gianotti, estará em Joinville dia 23 palestrando sobre o tema “Comunicação e disputa de hegemonia”.

O evento será realizadono auditório da Associação Educacional Luterana BOM JESUS/IELUSC (Rua Princesa Isabel, 438 – Centro), às 19h.Para quem nunca ouviu falar, Vito Gianotti é escritor por formação e jornalista por ofício, autor, entre outros, do livro “O que é jornalismo sindical”, da coleção Primeiros Passos.

O evento é promovido pelo Sinpronorte, sindicato dos professores da rede particular da região norte. Segundo release do sindicato, “A finalidade da palestra é tratar da necessidade de contraponto às grandes mídias corporativas e mercadológicas”.

A entrada é franca, as inscrições limitadas e podem ser feitas na própria sede do sindicato (Rua Itaiópolis, 467, bairro América), pelos fones: (47) 3433 1100 (Joinville), (47) 3371 8528 (Jaraguá do Sul) ou (47) 3633 6783 (São Bento do Sul) ou por e-mail: imprensa@sinpronorte.org.br até o dia 22 de abril.

Poema da necessidade

É preciso casar João,
é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO.

Carlos Drummond de Andrade

A campanha e a realidade

Conta de água 6,41% mais cara

Prefeito de Joinville confirmou ontem o reajuste pedido pela companhia responsável pelo abastecimento

Acabou a discussão e o jogo de empurra-empurra: está decretado o aumento de 6,41% na conta de água de Joinville. O prefeito Carlito Merss (PT) oficializou ontem o reajuste aprovado dia 7 de abril pelo Conselho Municipal de Água e Esgoto. Para o consumidor, a conta deve chegar em junho.

O reajuste de 6,41% – quase metade dos 11,4% reivindicados pela Companhia Águas de Joinville – acabou se transformando em uma das maiores polêmicas do início do governo. Nem mesmo a iniciativa de limitar o aumento à inflação dos últimos 13 meses alterou os ânimos – a Águas de Joinville queria 5% além da inflação.

Aliados do governo, como Rodrigo Bornholdt (PDT) e Kennedy Nunes (PP), pediram para que o aumento não fosse concedido. E não adiantou. Irritado com as cobranças, o próprio Carlito questionou o papel da Agência Municipal de Água e Esgoto (Amae), que na avaliação dele seria a responsável por autorizar o reajuste. “Lula assina aumento de telefone?”, questionou, em entrevista ao jornal “A Notícia”, domingo passado.

Na tentativa de reverter o desgaste, decidiu-se apostar nas mudanças da tarifa social, que hoje atende 1.440 famílias carentes, que pagam R$ 9,55 se consumirem até 10 metros cúbicos de água. O primeiro passo foi manter o valor da tarifa. Foram criados novos critérios. Antigas regras, como aquela que desclassificava a família que tinha telefone, acabaram sendo descartadas (veja quadro).

Surgiu ainda a tarifa social especial, voltada a famílias carentes e numerosas, que conseguem consumir até 15 metros cúbicos de água em um mês. Essas famílias também poderão pagar R$ 9,55 de conta, desde que a necessidade seja atestada pela Secretaria Municipal da Bem-estar Social.

A Amae acredita que, com as novas regras, pelo menos dez mil famílias devem recorrer à tarifa social. Com o reajuste, a Águas de Joinville, que hoje fatura cerca de R$ 7 milhões mensais, terá um incremento de R$ 400 mil no caixa. Considerando que a tarifa social terá um impacto de R$ 100 mil mensais, o rendimento líquido deve ser de R$ 300 mil no mês.

Fonte da matéria: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2480287.xml&template=4187.dwt&edition=12140&section=884

Fonte do vídeo: assessoria do ex-prefeito Marco Tebaldi (PSDB).

LHS e Pavan enviam alegações finais

O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), e o vice, Leonel Pavan (PSDB) enviaram ontem ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Félix Fischer, as alegações finais sobre o pedido de cassação encampado pela coligação Salve Santa Catarina (PP-PV).

Com as alegações entregues, não há mais nenhum entrave burocrático para o julgamento ocorrer. O governador é acusado pelo PP de abuso de poder político e econômico, denúncia que, se provada, pode levar a cassação do governador. Segundo assessores do TSE, o julgamento de LHS não deve ocorrer ainda em abril.

Há duas teses caso o governador seja cassado. Na primeira, Esperidião Amin e Hugo Biehl (PP) assumem o governo até o final de 2010. Na segunda, os 40 deputados da Assembléia Legislativa realizam eleição indireta entre si. Nesse cenário, o favorito é Júlio Garcia (DEM).

PS: até onde se sabe, o Blog do Camasão foi o primeiro a dar a notícia. A fonte é o TSE.

Do céu ao inferno em 48 horas

Seria cômico, se não fosse trágico, as situações em que caímos na vida. Em 48 horas, fui do céu ao inferno em minha profissional. Na quinta-feira, surpreendemos o concorrente “A Notícia” com a informação de que Osnilda Bächtold, sócio-fundadora da ONG Abrigo Animal, é suspeita de desviar quase R$ 20 mil da Fundema para uma conta conjunta que possui com o marido. A mulher admite o crime.

No outro dia, levo uma verdadeira surra no rádio joinvilense por publicar, em matéria de capa, que a Câmara de Vereadores teria aprovado 29 vagas de cargos comissionados. A informação estava completamente errada. O reconhecimento do erro provavelmente vai virar capa da edição de fim de semana.

No primeiro caso, avisei aos que me deram parabéns pela reportagem de que o furo não tinha sido descoberto por mim, mas sim, pelo colega Léo Saballa, que prontamente foi ao ND repasar a informação. Ele havia feito um texto prévio, explicando o caso. A mim, coube entrevistar os envolvidos e fazer pequenas correções.

Já no segundo, recebi uma informação da assessoria de imprensa do vereador Manoel Bento (PT), afirmando que os custos com os 29 cargos chegariam a R$ 400 mil, o que também está errado. Entrevistei o presidente da Câmara, Sandro Silva (PPS), que afirmou serem somente cinco cargos. Pedi o projeto para Sandro, que me informou não ser possível no momento conseguir uma cópia. Após uma ligação, o assessor de Bento foi até o jornal me entregar a cópia do projeto.

O erro cavalar foi uma má interpretação do projeto. A lei aprovada na quinta era uma complementar, que emendava a lei 5.720/2007. Essa lei prevê os cargos comissionados da Câmara. Na conta final, após a emenda, ficavam 29 vagas, mas 24 vagas já estavam valendo desde 2007. A conta feita no gabinete de Bento era de que “29” era o número de novas vagas total. O assessor, Luiz Fernando Batistti, foi exonerado.

O presidente da Câmara tem todos os motivos para estar bravo. Ao telefone, não foi nada gentil, e tem motivos para isso. Errei, sim, e errei feio. As desculpas necessárias já foram ditos a todos que mereciam, o jornal preparou um material para explicar o caso. Agora, é ralar muito para não cometer mais burradas.

Nota de esclarecimento da Câmara de Vereadores

03/04/2009 – Nota de Esclarecimento

Esta Nota de Esclarecimento é uma defesa institucional da Câmara de Vereadores de Joinville, por meio de sua Diretoria de Comunicação Social, à infeliz e incorreta manchete da edição 751, de 3 de abril de 2009, do Jornal Notícias do Dia: “Câmara cria mais 29 vagas”, cuja reportagem está publicada na página 17 e assinada pelo repórter Leonel Camasão.

A Câmara de Vereadores de Joinville considera que o Jornal Notícias do Dia não soube interpretar os termos do Projeto de Lei nº 17/2009 e do Projeto de Resolução nº 01/2009, deliberados em sessão ordinária na última quinta-feira, dia 2 de abril de 2009, e utilizou de fonte oficialesca para embasar suas “argumentações”.

Assim, o Poder Legislativo de Joinville força-se aos seguintes esclarecimentos:

Encontrou-se em pauta, para discussão e votação, na sessão ordinária da última quinta-feira, dia 2 de abril de 2009, o Projeto de Lei nº 17/2009, que altera os Anexos II e III, da Lei nº 5.720, de 19 de janeiro de 2007, que aprova o vencimento dos servidores ocupantes dos cargos efetivos e dos cargos em comissão e o valor das funções gratificadas da Câmara de Vereadores de Joinville. Este projeto foi aprovado por dez votos a favor e oito votos contrários.

As modificações que este projeto faz nos Anexos II e III da Lei 5.720 são as seguintes:
1. Altera de cinco para oito a quantidade de cargos de Assessor Especial;
2. Altera de cinco para sete a quantidade de cargos de Assessor de Programação Setorial;
3. Altera o vencimento do Chefe de Gabinete do 1º Secretário, equiparando-o ao vencimento do Assessor Especial ou do Chefe de Gabinete do Presidente;
4. Altera de oito para nove a quantidade de funções gratificadas para o cargo de Assistente de Serviços Administrativos;
5. Altera de quatro para três a quantidade de funções gratificadas para o cargo de Assistente de Serviços Legislativos.

É importante destacar, todavia, que a Lei 5.720 APROVA e o Projeto de Lei nº 17/2009 ALTERA. Ambas as normas não formalizam ou oficializam qualquer criação de cargos na Câmara de Vereadores de Joinville. Isso, conforme estabelece a Lei Orgânica do Município (LOM), em seu inciso primeiro do artigo 21, deve ser feito por meio de resolução, proposta pela Mesa Diretora, já que abordaria assunto da economia interna da Câmara (artigo oitavo da LOM, no parágrafo único).

Assim, também encontrou-se em pauta para discussão e votação, na sessão ordinária da última quinta-feira, dia 2 de abril de 2009, o Projeto de Resolução nº 01/2009, que acrescenta, modifica e suprime dispositivos da Resolução nº 1, de 16 de janeiro de 2007, que dispõe sobre a organização administrativa da Câmara de Vereadores de Joinville. Este projeto foi aprovado por dez votos a favor e sete votos contrários.

Conforme sacramentado no Parecer nº 16/2009, da Diretoria Jurídica da Câmara de Vereadores de Joinville, o Projeto de Resolução nº 01/2009, aprovado neste dia 2 de abril, “acrescenta cinco cargos à estrutura organizacional da Câmara, a saber: Assessor Especial da Direção Geral, Assessor de Programação Setorial (junto à Diretoria de Assuntos Legislativos), bem como os cargos de Diretor de Tecnologia da Informação, Assessor Especial e Assessor de Programação Setorial, a serem preenchidos com a instituição da Diretoria de Tecnologia”.

E vai além o parecer: “o projeto prevê a equiparação de vencimento do cargo de Chefe de Gabinete do Primeiro Secretário ao cargo de Chefe do Gabinete do Presidente e altera a tabela de Funções Gratificadas, reduzindo uma função de Assistente de Serviços Legislativos, que passaria de quatro para três, e acrescenta uma de Assistente de Serviços Administrativos, aumentando de oito para nove”.

Portanto, cristalina é a conclusão de que o Projeto de Lei nº 17/2009 provê condições legais para que a Câmara de Vereadores de Joinville promova a alteração em sua organização administrativa, deliberada, por consequência, no Projeto de Resolução nº 01/2009.

Em outras palavras – legal e moralmente – a Câmara de Vereadores de Joinville tinha condições de criar mais três cargos de Assessor Especial. Assim o fez, com um cargo, por meio da Resolução nº14/2007, e outros dois agora, que serão alocados na Direção Geral e na futura Diretoria de Tecnologia. Tem respaldo legal e moral para criar dois cargos de Assessor de Programação Setorial. Assim o fez na Diretoria de Assuntos Legislativos e outro na futura Diretoria de Tecnologia, que, por consequência, precisa de um servidor para o novo cargo de Diretor de Tecnologia da Informação, o quinto e último cargo desta reforma administrativa, completada pelas modificações nas enumerações 4 e 5, alguns parágrafos acima, referentes ao Projeto de Lei nº 17/2009.