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Fiquei sabendo pelo estudante de jornalismo Gabriel Baggio: uma foto minha foi estampada na capa da Gazeta de Joinville desta semana. Em uma matéria sobre a proibição de realizar protestos no desfile de aniversário da cidade, a Gazeta utilizou uma foto do desfile de 2007.
Sobre a proibição – que considero extremamente antidemocrática – sugiro a leitura do artigo de Eliton Felipe Souza, professor de História em Joinville.
Tirando a foto, não sou citado na matéria.
Leia abaixo:
A Prefeitura de Joinville decidiu este ano proibir apresentações, ou até manifestações, em frente ao palanque de autoridades, onde estará o prefeito Carlito Merss (PT) no tradicional desfile de 9 de março, quando a cidade comemora 159 anos. Essa ação impossibilitará que entidades insatisfeitas com o Governo Municipal possam manifestar pedindo atenção do prefeito, como ocorreu em anos anteriores.
A nova norma foi divulgada pela própria Secretaria Municipal de Comunicação (SECOM). O documento delimita ainda o número de participantes de cada entidade e obriga cada grupo fazer inscrição previamente para se apresentar.
Além de causar alvoroço na oposição e na imprensa, a decisão do governo petista deixou integrante do próprio partido inconformado. O vereador petista Adilson Mariano diz que essa atitude da prefeitura é inadequada e inoportuna. “Como pode num país democrático, um prefeito proibir a manifestação. É um absurdo”, afirma o parlamentar.
Mariano explica que se o povo sabe que tem uma norma, se sente constrangido. Para ele, isso pode atrapalhar as possíveis manifestações. O petista conta ainda que o Partido dos Trabalhadores nasceu combatendo a Ditadura Militar.
‘Isso fere a democracia’, diz vereador
Se político do próprio partido está descontente, na oposição não é diferente. Segundo o vereador Maurício Peixer (PSDB), “é incoerente a ação do governo. Antes defendiam, agora estão contra”, argumenta o tucano. Para ele, o termo ‘apresentações’ coube como uma forma de proibir manifestações em frente ao palanque das autoridades.
Peixer já adiantou que vai entrar com pedido de informação e também acionará o Ministério Público e a Justiça. “Estranhamos a postura do partido. Isso fere a democracia. É ridículo”, esbraveja. Para o tucano, Carlito está com medo de manifestações.
Essa é a segunda vez que a prefeitura interfere em atos públicos e acaba com possíveis protestos contra o governo. O primeiro foi o cancelamento das comemorações do dia da Independência da República, alegando o surto de gripe A. No entanto outros eventos de grande porte realizados pela prefeitura naquele mês não foram cancelados.
Assim, em 2009, Joinville deixou de ter o Grito dos Excluídos, quadro tradicional em que diversos grupos sociais protestam contra injustiças e pedem atenção aos setores mais oprimidos da sociedade.
O que diz a prefeitura
A assessoria da prefeitura rebate e diz que essa regulação é somente para não atrasar os desfiles e manter a ordem das apresentações. O documento de regulação aponta ainda que os objetivos do desfile devam ser: promover a celebração do aniversário da cidade, possibilitar aos participantes apresentar projeto de caráter social e comunitário, além de transformar o local em alameda de lazer para a família.
Desfile temático
Para completar a lista de regras, pela primeira vez o desfile terá um tema, que será “Como gosto de você Joinville”.
Ao todo são 15 artigos apresentando todas as normas para que uma entidade possa participar do evento. O documento não foi datado e está publicado no site http://www.joinville.sc.gov.br.