O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz estará em Santa Catarina no final de maio, proferindo a palestra “Estado Brasileiro e a relação do público-privado”, para estudantes universitários. No dia 25, o delegado falará aos estudantes de Jornalismo da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc (Joinville). Já no dia 26, Protógenes estará na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Protagonista do desmonte de diversas operações criminosas, Protógenes tem sido perseguido e acusado de atividades ilíticas, nenhuma delas provada até agora. Na oportunidade, o delegado poderá esclarecer muito sobre a sua atuação e sobre a operação Satiagraha, corrupção no Brasil, entre outros temas.
Com uma carreira de destaque, Protógenes ganhou as páginas dos jornais após prender por duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, na chamada Operação Satiagraha. Dantas é condenado por tentativa de suborno e é acusado de um sem-número de crimes financeiros.
Quem é Protógenes Queiroz
Protógenes Pinheiro Queiroz, 49 anos, é baiano de Salvador (20 de maio de 1959), advogado e delegado da Polícia Federal desde 1998. Se formou em Direito pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas. Na universidade chegou a atuar na União Nacional dos Estudantes (UNE). Já formado, morando no Rio de Janeiro, prestava assessoria jurídica para a Via Campesina, Sindicato dos Operários Navais, associações de moradores, movimentos sociais e agremiações políticas, como o PT e o PDT, sem nunca se filiar a nenhum partido.
Como delegado, trabalhou em vários estados brasileiros, comandando e atuando operações contra o crime organizado e os chamados “crimes de colarinho branco”.
Em setembro de 2005, foi o responsável pela prisão do ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, Paulo Salim Maluf (PP), suspeito dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Queiroz também presidiu o inquérito sobre remessas ilegais de dinheiro para paraísos fiscais, que desvendaram movimentações de cerca de cinco milhões de dólares, das quais o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, seria o principal beneficiário. O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) foi investigado no mesmo inquérito.
Queiroz é autor do relatório que terminou o inquérito sobre desvio de dinheiro da Prefeitura de São Paulo, concluindo que “os cofres públicos foram pilhados” durante os governos Maluf (1993-96) e Pitta (1997-2000).
Estiveram sob sua coordenação, em parceria com a Promotoria de São Paulo as investigações do caso Corinthians/MSI , por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Os envolvidos nas fraudes da arbitragem do futebol Brasileiro, em 2005, conhecida como “A máfia do apito” foram investigados por ele e pelos promotores Roberto Porto e José Reinaldo Guimarães Carneiro, do Gaeco.
O maior contrabandista do Brasil, o empresário chinês Law Kin Chong, também foi preso em uma operação comandada por Protógenes em novembro de 2007. Kin Chong estava disposto a pagar 1,5 milhão de dólares ao presidente da CPI, deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP) para obter favores, mas suas conversas foram registradas de forma legal, o que permitiu o desmonte do esquema.
A Operação Satiagraha
Protógenes Queiroz comandou a Operação Satiagraha, desde seu início até o dia 14 de julho de 2008, quando se afastou voluntariamente, por motivos pessoais, a conselho da cúpula da Polícia Federal. Curiosamente Protógenes teria comentado com aliados que esse afastamento desmerece seu trabalho, e causa um prejuízo muito grande à investigação.
Desde então, o delegado tem sido alvo de ataques, tanto de deputados próximos à Daniel Dantas como de setores da imprensa comercial. Vale ressaltar aqui que o presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba, foi financiado por empresas ligadas a Dantas.
Hoje, Protógenes é acusado de promover escutas ilegais para conseguir provas contra seus investigados. Também é acusado de ter a colaboração ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no caso. O único julgamento sobre essa colaboração, realizado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª região, considerou a colaboração entre Abin e PF legal.
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