O prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), é protagonista de mais um suposto escândalo de corrupção, desta vez, envolvendo a Câmara de Vereadores da capital. Entretanto, Berger passou ao papel de acusador, e não de réu, como de costume.
Após ver seu candidato ser derrotado nas eleições para a presidência da Câmara de Vereadores, Dário Berger acusou os vereadores Asael Pereira (PSB) – governista – e Ricardo Vieira (PCdoB) – de oposição – de tentarem negociar apoio em troca de polpudas quantias de dinheiro.
A imprensa deu grande repercussão ao caso. A principal “prova” que apareceu foi um vídeo, supostamente gravado às escondidas, onde João da Bega (PMDB), candidato derrotado, aparece desabafando, dizendo que lhe pediram R$ 230 mil troca de votos.
Primeira observação. Esta é a primeira vez que vejo, na televisão brasileira, um vídeo gravado supostamente às escondidas, filmar a “vítima”, reclamando que foi lesada. A regra geral é que as câmeras escondidas flagram os grandes acontecimentos de corrupção, como no caso Arruda, onde deputados colocavam maços de dinheiro nos bolsos, meias, etc.
O vídeo onde aparece João da Bega não prova coisa alguma. Poderia, inclusive, ser um “fake”. Ele apenas mostra o “xororô” dos derrotados, querendo invalidar o processo, e insinua a suposta tentativa de compra de votos.
Veja o vídeo aqui.
O PCdoB e os Berger
O PCdoB tem se mostrado um dos principais partidos de oposição ao governo Dário Berger. Nos primeiros quatro anos, essa oposição foi protagonizada por Angela Albino. No segundo mandato de Berger, pelo Dr. Ricardo Vieira.
Berger acusou Ricardo, afirmando que este queria o dinheiro para pagar dívidas de campanha de Angela Albino. Podemos entender que o prefeito tomou essa atitude mirando um desgaste em Angela, forte candidata a prefeita em 2012. Mas o desgaste recaiu sobre Ricardo.
Mentindo ou prevaricando?
O fato é que, existe uma grande possibilidade de Dário estar armando contra Ricardo e o PCdoB. No caso remoto dele estar com a verdade, porque não contou tudo antes de perder a eleição? Porque não impediu o processo de ocorrer, se sabia que haviam votos comprados?
Só podemos concluir que Dário Berger está mentindo. E se não estiver, cometeu crime de prevaricação – sabia da corrupção, mas não alertou as autoridades a tempo e deixou ela se concretizar.
Longe de mim dizer que acredito piamente que esse tipo de transação não ocorra nas eleições do legislativo. Entretanto, pelo que conheço do Dr. Ricardo e de seu acusador, tenho mais propensão a acreditar no primeiro, e muitas dúvidas para acreditar no segundo. Espero que a história não mostre que estou errado. Vamos ver o que vai dar.