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Justiça suspende eleição do DCE da FURB

BLUMENAU – Uma medida cautelar expedida pela Justiça suspendeu ontem a eleição do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Furb. O pleito estava marcado para amanhã. A decisão atende ao pedido de estudantes que apoiam o Manifesto Consciência Estudantil (MCE) e alegam que há irregularidades no processo eleitoral.
Há duas chapas concorrendo: a Chapa 2 – Autonomia Acadêmica e Chapa 3 – Estação Universitária. A comissão eleitoral vai recorrer.
Os apoiadores do MCE apontam itens do estatuto de 1976, registrado em cartório, que não estariam sendo cumpridos pela comissão eleitoral. Um deles questiona a validade do estatuto de 2001 usado pelo DCE que “não contém os pré-requisitos necessários de validade, sendo vigente o estatuto de 1976”. No documento de 1976 está prevista a criação de um Conselho Deliberativo, formado por presidentes dos Centros Acadêmicos, que decidiriam sobre as regras do processo. O MCE afirma que este grupo não atuou na elaboração das normas para a eleição e que este papel estaria sendo cumprido por “pessoas não autorizadas”.
O estatuto diz ainda, conforme o manifesto, que o pleito deveria ocorrer em outubro. O grupo também contesta o fato de a votação ocorrer no final do semestre, quando muitos alunos não têm mais aula. Outro ponto discutido é que o prazo da campanha teria sido muito curto, prejudicando o debate.
De acordo com Eduardo Ramos, do Centro Acadêmico de Direito e apoiador do MCE, além da anulação, os estudantes pedem que a eleição ocorra no período previsto e propõem a reforma do estatuto no sentido de democratizá-lo.
O ex-presidente do DCE e membro da comissão eleitoral, Jeferson Schwerz, diz que entrará hoje com recurso para suspender a medida. Schwerz informa que as campanhas continuam e acredita que a eleição deve ocorrer. Segundo ele, o estatuto de 2001 tem firma registrada em cartório e é usado em outras ações do diretório. Ele afirma que o estatuto foi reformulado, mas quando a atual chapa assumiu não foram repassados os documentos que comprovam o histórico da aprovação.
Jornal de Santa Catarina

"A bancada governista afrouxou no debate", afirma Marinor sobre PLC 122

Da esquerda para a direira: Leonel Camasão, secretário geral do PSOL-SC,
senadora Marinor Brito e Rodrigo Sartoti, do DCE da UFSC. 

A senadora Marinor Brito, líder do PSOL no senado federal, debateu nessa sexta-feira (3) o tema da cidadania LGBT, do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A atividade foi promovida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), e contou com cerca de 70 pessoas.

Sobre o recente episódio envolvendo o PLC 122, que transforma a homofobia em crime similar ao de racismo, Marinor foi clara. “A bancada governista afrouxou no debate. O PT poderia ter bancado a aprovação do PLC 122 na Comissão de Direitos Humanos”, acredita.

Para ela, o governo tem recuado em propostas como o programa Escola Sem Homofobia por meio de negociatas sobre outros temas. Anthony Garotinho (PR) ameaçou o governo de votar pela convocação do ministro da Casa Civil Antônio Palocci caso Dilma não revogasse o programa.

Na abertura, Marinor fez uma explanação conjuntural sobre a situação da luta pelos direitos humanos no Brasil e suas conexões com outras lutas, e destacou o papel da universidade nessa questão.

“A universidade não pode deixar de debater os temas que interessam diretamente a sociedade brasileira. A questão da cidadania LGBT é um dos temas que tem pautado os debates em nível nacional. Quero que minha vinda aqui sirva para colaborar com esse e outros temas”, afirmou a senadora.

Apesar de elogiar a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconhece a união civil entre casais do mesmo sexo, Marinor criticou o que chamou de “judicialização da política”. “A política está sendo decidida na Justiça, e não no Congresso”, opinou.

O debate durou pouco mais de três horas, e contou com a presença de várias lideranças dos movimentos de direitos humanos e de cidadania LGBT da cidade.

Cor não faz diferença: Pesquisa comprova a eficiência das cotas na UnB

Cor não faz diferença
Autor(es): Luísa Medeiros e Ariadne Sakkis
Correio Braziliense – 17/06/2010

Os alunos negros aprovados na Universidade de Brasília pelo sistema têm rendimento bem próximo ao dos demais estudantes. Os especialistas que realizaram o levantamento afirmam que o programa, adotado em 2004, atingiu seus objetivos. Ontem, o Senado aprovou o Estatuto da Igualdade Racial.

Estudo revela que a diferença no desempenho entre os cotistas e os não beneficiados pelo sistema é menor do que a verificada entre mulheres e homens

Uma pesquisa que analisou o sistema de cotas antes e depois de ser implantando, no segundo semestre de 2004 na Universidade de Brasília, mostrou que comparado a outras políticas de acesso do negro ao ensino superior — que levam em consideração a renda familiar ou o histórico escolar — é o mais eficiente para promover a diversificação de raças dentro da universidade. O acesso à universidade representou também um incentivo à identidade racial, fazendo com que os candidatos e alunos assumam a identidade étnica com mais naturalidade. O estudo revelou ainda que, em relação ao desempenho escolar, a diferença nas notas dos cotistas e não cotistas é menor do que a verificada entre mulheres e homens.

A pesquisa foi iniciada há três anos pelos professores Maria Eduarda Tannuri-Pianto, do Departamento de Economia da UnB, e Andrew Francis, da Emory University, dos Estados Unidos. Os dados divulgados referem-se à primeira parte do estudo, que entrevistou, entre 2002 e 2005, 3 mil alunos cotistas e não cotistas, um universo que corresponde a 40% dos estudantes da UnB nesse período. Os professores pretendem acompanhar os universitários até o ingresso deles no mercado de trabalho. Dados pessoais e familiares foram levantados, mas as questões raciais foram mascaradas dentro dos questionários para fazer um mapeamento dos alunos sem interferências de comportamento e de oportunistas.

De acordo com Maria Eduarda, muitos dos alunos cotistas, de diferentes áreas de graduação, passariam no vestibular convencional porque estão acima das notas de corte do sistema universal. O desempenho deles na universidade, entretanto, é um pouco menor do que a de alunos que ingressaram pelo meio tradicional, mas no decorrer no curso, essa diferença é mitigada.

Em uma escala de zero a cinco, os cotistas têm desempenho 0.14 ponto inferior aos nãocotistas. “A diferença da média geral acumulada é menor do que a comparação entre homens e mulheres”, destacou ela. Se comparar o desempenho de cotista e não-cotista com a mesma nota de entrada no vestibular, a diferença é ainda menor. A diferença cai para 0,08 ponto numa escala de zero a cinco. A pesquisa não mostrou evidências de que houve aumento no esforço para passar pelo sistema de cotas, mas nem trouxe dados que comprovem a redução. “Isso mostra que eles não fizeram corpo mole porque tinham chance reais de passar”, diz a pesquisadora

Igualdade
O professor do Instituto de Artes e coordenador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UnB Nelson Inocêncio afirma que o resultado preliminar da pesquisa mostra que a política de implantar as cota está correta. “O discurso de uma possível queda de qualidade do desempenho dos alunos caiu por terra”, diz. Para o professor, quem criticou as cotas raciais fizeram uma presunção negativa que não se confirmou. “É preciso investir mais nas políticas de diversidade. Não adianta afirmar, de maneira enganosa, que as oportunidades são as mesmas.”

Os alunos da UnB encararam o resultado da pesquisa como um confirmação do que eles já sabiam. Johnatan Reis, 20 anos, entrou para o curso de serviço social no ano passado por meio do sistema de cotas. “Quando a gente entra, a matéria e as aulas que temos são as mesmas dos não cotistas. Tenho que fazer o mesmo esforço para passar. O quanto estudei no ensino médio ou a minha nota no vestibular não interessam”, analisa. Para ele, apesar dos resultados equivalentes, os cotistas ainda são estigmatizados. “Muitas pessoas ainda pensam que a nota inferior no vestibular vai se perpetuar ao longo da vida acadêmica do cotista, o que a própria pesquisa desmente”, diz.

Johnatan acredita que o sistema de cotas continua sendo necessário como um mecanismo de inclusão social e racial. “Acho que as cotas são um incentivo para que o negro entre na universidade e para que a sociedade tenha mais profissionais negros. O impulso foi dado e daí para a frente, não importa a cor da pele de um aluno ou a forma pela qual ele entrou.”

Linikker Araújo Conrado, colega de turma de Johnatan, é contrário ao sistema de cotas raciais. Para ele, essa alternativa “nasceu caduca”. Mesmo sendo negro, ele ingressou na UnB pelo sistema universal e defende as cotas sociais, por entender que é um modelo mais abrangente, que beneficiaria um número maior de pessoas que não tiveram oportunidades. “A pesquisa prova que cor não faz a menor diferença”, afirma Linikker.

Pedro Paulo Mendes, 22 anos, estudante de engenharia de redes, compartilha do mesmo entendimento de Johnatan. “Vai mais da pessoa do que da raça. É uma questão de inteligência e de dedicação”, afirma. “Esse estudo mostra que os dois têm capacidades iguais. Mas acho que as cotas são fundamentais para a inclusão social. E, no futuro, haverá igualdade e elas não serão mais necessárias”, projeta.

DCE da UFSC traz Vannuchi para debater PNDH-3

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O Diretório Central dos Estudantes Luiz Travassos (DCE da UFSC) irá promover um debate sobre o Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3), com a presença do Ministro Paulo Vannuchi (Secretaria Especial dos Direitos Humanos).

“É um debate importante devido toda a polêmica que o PNDH-3 gerou desde o início do ano. Gerou uma forte oposição dos ruralistas, dos militares e da igreja. Por isso, é um debate importante”, afirma Rodrigo Sartoti, da coordenadoria de arte e cultura do DCE.

O evento faz parte de um ciclo de debates organizado pela gestão Canto Geral. O debate com Vannuchi vai ocorrer no dia 15 de março, às 19 horas, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

Dacs tem nova identidade visual

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Os membros do Diretório Acadêmico Cruz e Souza (Dacs/Ielusc) lançaram sua nova identidade visual. A logo mescla elementos de sala de aula – papel-caderno, clipe – com o nome da entidade. Além disse, 0 bigodinho que define o “A” de “DACS” é uma bela homenagem ao poeta catarinense que dá nome ao diretório.

O Dacs é a entidade representativa dos estudantes de jornalismo e publicidade e propaganda do Bom Jesus/Ielusc. Em 2010, a Gestão Práxis vai tocar os trabalhos por lá. Boa sorte aos camaradas e muita luta aí nas terras ielusquianas.

Porque apóio a chapa "Práxis" para o DACS

A

Leonel Camasão*

O movimento estudantil do Bom Jesus/Ielusc passa, mais uma vez, pelo momento de disputa no comando do Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACS). Na próxima segunda-feira, dia 23, os alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda deverão escolher entre duas chapas: Práxis e Dacs é pra lutar.

Estudei por quatro anos e meio no Bom Jesus/Ielusc, e participei ativamente do movimento estudantil da instituição. Junto a outros companheiros, estivemos por um ano reconstruindo o DCE do Ielusc, que estava abandonado, assim como o DACS.

Mais de um ano depois de sairmos do DCE, novos alunos se interessaram em reativar o DACS. Obviamente, a reconstrução a partir do zero gerou muitas dificuldades.

Ainda no ano passado, em eleição de chapa única, o grupo se reorganizou com novas pessoas, e uma das principais propostas era transformar o DACS em uma entidade que funcionasse sobre o princípio da direção coletiva, integrando os alunos, promovendo a participação de todas e todos. Nesse sentido, Francine Hellmann foi eleita presidente junto com outros companheiros, a fim de levar essa tarefa.

Na hora de aplicar a medida, teve gente que mudou de opinião e quis manter a hierarquia no movimento estudantil, o que foi negado amplamente pela maioria do grupo.

Isso não veio a prejudicar a atuação da atual gestão no movimento pela redução das passagens de ônibus, nos debates promovidos junto a diversos segmentos, na realização da Semana Acadêmica e, mais recentemente, na organização e participação na 1ª Conferência Municipal de Comunicação, onde aprovamos um conjunto de diretrizes extremamente avançadas.

Todos esses movimentos tiveram a participação ativa e fundamental de camaradas da chapa Práxis, como Alexandre Perger, Emanuelle Carvalho, Felipe Silveira, Jéssica Michels, Marcus Vinícius Carvalheiro, entre outros. Esse grupo, além de muito atuante, mantém a proposta sob a qual a chapa Consciência foi eleita em 2008 – construir um movimento estudantil democrático e independente, nas bases da direção coletiva, da participação e do diálogo com outros segmentos sociais.

Com toda a certeza, esse grupo vai discutir junto com os alunos se o DACS deve ou não participar dos espaços institucionais do movimento estudantil estadual e nacional. Como se sabe, a eleição de delegados para congressos da UCE e da UNE não costuma ocorrer de maneira transparente em todo o Brasil, e nisso, podemos ser diferentes.

A chapa Práxis traz as qualidades e a experiência de quem está na luta há tempos, ao mesmo tempo em que traz sangue novo e disposição para construir vitórias no movimento estudantil ielusquiano.

Nada pessoal contra aos companheiros da outra chapa, pelo contrário: a maioria são amigos e colegas dos tempos de faculdade. Mas acredito que a participação direta de dois assessores de um vereador em uma chapa prejudica a independência do DACS.

Várias administrações desse grupo em outras entidades do movimento estudantil de Joinville mostram que não há intenção de construir um projeto coletivo junto aos estudantes, mas sim, impor um projeto “estrangeiro”, que, apesar de legítimo, já está pronto, fechado, sem abertura.

Por isso, presto meu total apoio e solidariedade aos companheiros da chapa Práxis, com votos de muita sorte, muita luta e muitas vitórias no próximo período.

Abraços fraternos a todos e todas.

*Ex-aluno de jornalismo do Bom Jesus/Ielusc. Militou por cinco anos no Movimento Passe Livre (2005-2009) e foi presidente do Diretório Central dos Estudantes Florestan Fernandes (2005-2006) na gestão Domínio Público.

Duas chapas para as eleições no Dacs

A

Mais um ano se passou e as eleições para o Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACS) no Bom Jesus/Ielusc estão aí. Duas chapas concorrem à direção da entidade: Chapa Praxis e Chapa Dacs é pra lutar.

A maioria dos membros da gestão passada vão concorrer pela chapa Praxis, como Alexandre Perger (ex-presidente em 2008), Felipe Silveira, Marcus Carvalheiro e Emanuelle Carvalho. Completam a chapa Jéssica Michels, Guilherme Duarte, Bárbara Elice, entre outros. A chapa é colegiada.

Pela Dacs é pra lutar, um calouro de jornalismo concorre à presidência, Eduardo Schmitz. A chapa possui membros do curso de publicidade, como Regiane dos Santos e Mariana Zschoerper, e de jornalismo, Tiago dos Santos e Lorena Trindade. Concorrem também João Diego Leite e a ex-presidente da atual gestão, Francine Hellmann. Ambos são assessores do vereador Adilson Mariano (PT).

As eleições ocorrem nos dias

Censura também se aprende na escola


AA
Muito me surpreendeu a notícia de que as direções administrativas do Bom Jesus/Ielusc e da Univille censuraram uma reportagem produzida pelo aluno Marcus Vinícius Carvalheiro, do 4º semestre de jornalismo e também repórter da Revi.

A reportagem tentava dar conta de um dos assuntos mais falados e mal explicados do Bom Jesus: uma possível fusão com a Univille. O boato, que eu também ouvi de vários alunos e professores do Ielusc, é de que a intenção era passar a administração do Ensino Superior à Univille, enquanto o Bom Jesus cuidaria do ensino fundamental e médio, incluso aí o colégio da Univille.

Essa operação financeira poderia ter muitas consequências. Demissões de professores, piora na qualidade do curso, dissolução de outros cursos do Ielusc já presentes na Univille (como Educação Física), entre milhares de possibilidades.

Como a Internet existe, as chances de realmente censurar alguma coisa diminuem de maneira abissal. Leia, então, a matéria completa no Blog do Diretório Acadêmico de Comunicação Social Cruz e Souza (DACS). Disponível aqui.

O Google Guarda tudo mesmo (2)

Achei este também. 

Do antigo site do AN

Novos lances no Caso Kalfels

Entidades pressionam por investigação em razão da tentativa de suborno

Oliver Albert

O silêncio foi quebrado e o caso da tentativa de suborno envolvendo o vereador Lauro Kalfels (PSL) foi explorado ontem no Legislativo. Além da fala de um parlamentar sobre o episódio, houve o encontro de jornalistas com o presidente da casa, Darci de Matos (PFL), que recebeu em mãos um pedido de investigação e punição exemplar se os fatos forem comprovados. Kalfels ofereceu R$ 200,00 à repórter Betina Weber (A Notícia) e admitiu que a prática é comum. Betina devolveu a quantia.

O pefelista leu o documento e o encaminhou à diretoria jurídica da Câmara. Durante a conversa com os presidentes do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC), Rubens Lunge, e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murilo de Andrade, Matos admitiu que a atitude de Kalfels “é muito ruim para nós”.

“Pelas entrevistas do vereador (Kalfels), parece que é uma prática comum e que vem acontecendo há algum tempo. O que preocupa é a possibilidade de outros estarem recebendo. Isso é uma relação de compra com o dinheiro”, condenou o presidente da Fenaj.

Integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Ielusc aproveitaram o encontro e entregaram ao parlamentar uma nota de repúdio. Os alunos do curso de jornalismo, Leonel Camasão e Melanie Peter, foram os representantes e cobraram uma investigação para o caso.


“Presentinho” condenado por Mariano

Ao contrário da primeira sessão do ano, ocorrida na quarta-feira, o caso Kalfels foi comentado no plenário da Câmara. Mas apenas um parlamentar utilizou o tempo da palavra livre para discutir o assunto: foi o petista Adílson Mariano, que chegou a ler trechos de reportagens publicadas pela imprensa, no final do ano passado.

Mariano definiu a atitude de Kalfels como lamentável e afirmou ter ficado perplexo com “tudo que viu” nos jornais de dezembro. “Foi uma atitude nefasta, uma prática clientelista. Por que o vereador não deu um “presentinho” para outros e, sim, para a jornalista? Nós, da política, vivemos da mídia e não se pode fazer isso”, condenou.

O petista elogiou a ação do colega Marco Aurélio Fernandes, o Marquinhos (PT) – que, na quarta-feira, protocolou requerimento à mesa diretora para que tome providências urgentes em relação ao caso de tentativa de suborno. Ele criticou a declaração de Lauro Kalfels, que garantiu que a prática de oferecer dinheiro a profissionais da imprensa é comum. “Que dê o nome para eliminar a suspeita sobre o Legislativo”, completou.

Para finalizar, Adílson Mariano disse que a publicação do caso Kalfels na mídia joinvilense revelou “os bastidores do poder” na Câmara de Vereadores de Joinville. (OA)


Análise jurídica

O diretor jurídico da Câmara de Vereadores de Joinville, Maurício Rosskamp, recebeu o documento do presidente Darci de Matos e garantiu que o caso não “vai ser arquivado”. “Nós vamos dar um parecer para orientar sobre os procedimentos que podem ser tomados”, explicou.

Rosskamp fala de duas situações diferentes sobre o episódio. “Uma é o fato de Kalfels ter oferecido dinheiro. Outra é a afirmação dele, na qual diz que outros profissionais da imprensa estão ganhando de outros vereadores”, observou.

De qualquer forma, Darci de Matos diz que a Câmara tem três caminhos a tomar. “Podemos advertir, suspender ou até mesmo cassar o mandato do parlamentar. Por isso estamos encaminhando o material para a diretoria jurídica, que vai analisar as alternativas possíveis”, frisou. (OA)

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07/03/2006 – Relação entre poder e imprensa causa polêmica

Plenário lotado na noite de segunda-feira (06/03) para discutir a relação entre o Poder e Imprensa. Cerca de 150 acadêmicos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus/ Ielusc estiveram presentes, além de profissionais da imprensa e vereadores. 

O vereador Adilson Mariano (PT), abriu a Audiência Pública lembrando que “corromper o jornalista é uma forma de enganar a sociedade”. Para Mariano, vivemos em uma sociedade que o errado não é mais exceção e quem faz o certo vira notícia. O diretor do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Hilton Maurenti, afirmou que o clientelismo acontece porque os profissionais não são jornalistas. “Os políticos deveriam ser os primeiros a apontar os maus profissionais que pedem gratificações”. Argumentou ainda que “quem não denuncia vira refém”. 

Marco Aurélio Marcucci (PSDB), criticou o Jornal Gazeta de Joinville dizendo que toda semana é publicada uma matéria “requentada” sobre ele. “Sugiro que o jornal me ligue para checar as informações que serão noticiadas”. Além disso,defendeu a formação acadêmica em jornalismo para o exercício da profissão. Com relação ao caso do vereador Lauro Kalfels (PSL), o parlamentar justificou que juridicamente,levando em consideração o regimento interno da Câmara, não há como abrir um processo administrativo contra Kalfels. O que gerou discussão entre os presentes. 

O vereador Darci de Matos (PFL), rebateu uma matéria publicada no Jornal A Notícia, na qual foi divulgada a informação de que o “caso Lauro Kalfels” estaria engavetado. O presidente defendeu a Câmara dizendo que o caso não está esquecido mas, para que o processo possa andar, seria necessário a denúncia de um leitor. “A resolução dos problemas está nos debates”, concluiu. 

O presidente do Diretório Central dos Estudantes do Ielusc, Leonel Camasão, argumentou que se o regimento interno não prevê nenhum tipo de investigação o ideal é que seja rasgado. Nove acadêmicos encaminharam à Câmara uma denúncia referente ao caso do vereador Lauro Kalfels. 

Sérgio dos Santos, delegado da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), finalizou a audiência agradecendo em nome dos 40 mil jornalistas sindicalizados. “É em nome deles que agradeço a denúncia feita”, concluiu.