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Do antigo site do AN

Novos lances no Caso Kalfels

Entidades pressionam por investigação em razão da tentativa de suborno

Oliver Albert

O silêncio foi quebrado e o caso da tentativa de suborno envolvendo o vereador Lauro Kalfels (PSL) foi explorado ontem no Legislativo. Além da fala de um parlamentar sobre o episódio, houve o encontro de jornalistas com o presidente da casa, Darci de Matos (PFL), que recebeu em mãos um pedido de investigação e punição exemplar se os fatos forem comprovados. Kalfels ofereceu R$ 200,00 à repórter Betina Weber (A Notícia) e admitiu que a prática é comum. Betina devolveu a quantia.

O pefelista leu o documento e o encaminhou à diretoria jurídica da Câmara. Durante a conversa com os presidentes do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC), Rubens Lunge, e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murilo de Andrade, Matos admitiu que a atitude de Kalfels “é muito ruim para nós”.

“Pelas entrevistas do vereador (Kalfels), parece que é uma prática comum e que vem acontecendo há algum tempo. O que preocupa é a possibilidade de outros estarem recebendo. Isso é uma relação de compra com o dinheiro”, condenou o presidente da Fenaj.

Integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Ielusc aproveitaram o encontro e entregaram ao parlamentar uma nota de repúdio. Os alunos do curso de jornalismo, Leonel Camasão e Melanie Peter, foram os representantes e cobraram uma investigação para o caso.


“Presentinho” condenado por Mariano

Ao contrário da primeira sessão do ano, ocorrida na quarta-feira, o caso Kalfels foi comentado no plenário da Câmara. Mas apenas um parlamentar utilizou o tempo da palavra livre para discutir o assunto: foi o petista Adílson Mariano, que chegou a ler trechos de reportagens publicadas pela imprensa, no final do ano passado.

Mariano definiu a atitude de Kalfels como lamentável e afirmou ter ficado perplexo com “tudo que viu” nos jornais de dezembro. “Foi uma atitude nefasta, uma prática clientelista. Por que o vereador não deu um “presentinho” para outros e, sim, para a jornalista? Nós, da política, vivemos da mídia e não se pode fazer isso”, condenou.

O petista elogiou a ação do colega Marco Aurélio Fernandes, o Marquinhos (PT) – que, na quarta-feira, protocolou requerimento à mesa diretora para que tome providências urgentes em relação ao caso de tentativa de suborno. Ele criticou a declaração de Lauro Kalfels, que garantiu que a prática de oferecer dinheiro a profissionais da imprensa é comum. “Que dê o nome para eliminar a suspeita sobre o Legislativo”, completou.

Para finalizar, Adílson Mariano disse que a publicação do caso Kalfels na mídia joinvilense revelou “os bastidores do poder” na Câmara de Vereadores de Joinville. (OA)


Análise jurídica

O diretor jurídico da Câmara de Vereadores de Joinville, Maurício Rosskamp, recebeu o documento do presidente Darci de Matos e garantiu que o caso não “vai ser arquivado”. “Nós vamos dar um parecer para orientar sobre os procedimentos que podem ser tomados”, explicou.

Rosskamp fala de duas situações diferentes sobre o episódio. “Uma é o fato de Kalfels ter oferecido dinheiro. Outra é a afirmação dele, na qual diz que outros profissionais da imprensa estão ganhando de outros vereadores”, observou.

De qualquer forma, Darci de Matos diz que a Câmara tem três caminhos a tomar. “Podemos advertir, suspender ou até mesmo cassar o mandato do parlamentar. Por isso estamos encaminhando o material para a diretoria jurídica, que vai analisar as alternativas possíveis”, frisou. (OA)

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07/03/2006 – Relação entre poder e imprensa causa polêmica

Plenário lotado na noite de segunda-feira (06/03) para discutir a relação entre o Poder e Imprensa. Cerca de 150 acadêmicos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus/ Ielusc estiveram presentes, além de profissionais da imprensa e vereadores. 

O vereador Adilson Mariano (PT), abriu a Audiência Pública lembrando que “corromper o jornalista é uma forma de enganar a sociedade”. Para Mariano, vivemos em uma sociedade que o errado não é mais exceção e quem faz o certo vira notícia. O diretor do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Hilton Maurenti, afirmou que o clientelismo acontece porque os profissionais não são jornalistas. “Os políticos deveriam ser os primeiros a apontar os maus profissionais que pedem gratificações”. Argumentou ainda que “quem não denuncia vira refém”. 

Marco Aurélio Marcucci (PSDB), criticou o Jornal Gazeta de Joinville dizendo que toda semana é publicada uma matéria “requentada” sobre ele. “Sugiro que o jornal me ligue para checar as informações que serão noticiadas”. Além disso,defendeu a formação acadêmica em jornalismo para o exercício da profissão. Com relação ao caso do vereador Lauro Kalfels (PSL), o parlamentar justificou que juridicamente,levando em consideração o regimento interno da Câmara, não há como abrir um processo administrativo contra Kalfels. O que gerou discussão entre os presentes. 

O vereador Darci de Matos (PFL), rebateu uma matéria publicada no Jornal A Notícia, na qual foi divulgada a informação de que o “caso Lauro Kalfels” estaria engavetado. O presidente defendeu a Câmara dizendo que o caso não está esquecido mas, para que o processo possa andar, seria necessário a denúncia de um leitor. “A resolução dos problemas está nos debates”, concluiu. 

O presidente do Diretório Central dos Estudantes do Ielusc, Leonel Camasão, argumentou que se o regimento interno não prevê nenhum tipo de investigação o ideal é que seja rasgado. Nove acadêmicos encaminharam à Câmara uma denúncia referente ao caso do vereador Lauro Kalfels. 

Sérgio dos Santos, delegado da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), finalizou a audiência agradecendo em nome dos 40 mil jornalistas sindicalizados. “É em nome deles que agradeço a denúncia feita”, concluiu.

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