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Deputado petista vai para PSD de Raimundo Colombo

O deputado federal Jorge Boeira, que assumiu a vaga após Carlito Merss (PT) virar prefeito de Joinville, está trocando o PT pelo PSD de Raimundo Colombo e da Família Borhausen. A informação foi confirmada pelo presidente do PT, José Fritsch. 
As divergências que levariam Boeira a sair do PT envolvem cargos comissionados na estatal Eletrosul. Boeira fez críticas à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT).
A migração mostra, cada vez mais, como as diferenças entre PT, PSD, DEM, PSDB, PMDB e companhia são cada vez menores.  
Com informações do AN

Procuradora afirma que PSD tem apenas 45,6% das assinaturas para legalização

PSD conseguiu 45,6% das assinaturas necessárias, diz procuradora
Em novo documento enviado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, diz que o PSD, partido do Kassab, não conseguiu reunir o número mínimo de assinaturas de apoio para sua criação.
Segundo ela, das cerca de 482 mil necessárias, a sigla obteve apenas 220,3 mil –ou 45,6% do total.
Cureau enviou um quadro, mostrando que em 11 dos 22 tribunais onde assinaturas foram registradas, não se cumpriu os “requisitos legais para o cômputo do apoiamento necessário”.
A procuradora diz que isso ocorreu nos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) dos seguintes Estados: Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Roraima e São Paulo.
Na maioria dos casos, ela argumenta que o partido apresentou “certidões esparsas expedidas por Zonas Eleitorais (…) que não atendem ao disposto na legislação em regência”. No caso específico de São Paulo, Cureau ainda afirma que, dentre as assinaturas apresentadas, encontram-se “muitas em duplicidade, muitas sem atestar a veracidade”.
“Inclusive, há decisão da Corregedoria [do TRE-SP] solicitando correção em dados das certidões”, finaliza.
No documento, de oito páginas, a procuradora também repete o argumento de que é contra a criação do partido se não puder investigar as possíveis falhas no processo de registro. Para que os integrantes do PSD possam concorrer nas eleições do ano que vem o TSE deverá aprovar sua criação até o dia 7 de outubro deste ano.
Fonte: Folha

Até os mortos assinam lista para legalizar PSD

Começaram bem, hein?

O novo partido  dos deputados Kennedy Nunes e Darci de Matos – o PSD – nem ainda foi legalizado e já está envolvido em casos de corrupção. Matéria do Diário Catarinense de hoje mostra que eleitores mortos apareceram “assinandO” as listas que pedem a legalização do partido. 

Os eleitores mortos que aparecem na listagem são Ivo Pavan Libardoni, Herminio Joacir Cacciatori, Affonso Martignago, João Dall Pont e Diva Lucena Libardoni. 
A suspeita de fraude ganhou corpo, quando o Cartório Eleitoral de São Lourenço, no oeste do estado, constatou que, de 130 assinaturas entregues, apenas sete tiveram sua veracidade comprovada. Ao todo, eram cinco assinaturas de pessoas que já morreram. Outras 117 eram de pessoas que afirmam não ter assinado as listas de apoio, assinaturas duplicadas e outras as quais não foram confirmadas como verídicas. 
Mas não é só em Santa Catarina que as fraudes apareceram. Em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab, idealizador do PSD, colocou funcionários da prefeitura para coletar assinaturas de legalização para o partido. 
Para se legalizar, o PSD precisa coletar 482 mil assinaturas de eleitores em apoio à formalização do partido. A regra foi criada no início dos anos 2000, e aplicada pela primeira vez quando da criação do PSOL, que se legalizou em 2005. 

Leonel Camasão comenta criação do PSD em entrevista à Revi

A repórter da Revi Bianca Bittelbrunn produziu uma reportagem sobre a criação do Partido Social Democrático (PSD) e quais os impactos da nova sigla na política local. Nesta reportagem, a repórter submeteu um questionário sobre o assunto para três entrevistados, e eu sou um deles. A entrevista foi publicada na semana passada (clique aqui). Leia a matéria na íntegra abaixo. 
MAIS DO MESMO? COMO SURGEM E MORREM OS PARTIDOS POLÍTICOS
Por Bianca Bittelbrunn
Um partido político é, para a maioria dos eleitores, um reflexo da ideologia dos seus candidatos. Ao menos, teoricamente. A proximidade com o ano eleitoral está aquecendo o cenário político e fomentando novas discussões partidárias. Recentemente, pudemos assistir à decadência do partido Democratas, com apenas quatro anos de história, e o nascimento de uma outra sigla, o Partido Social Democrático. Em todo o Brasil, candidatos começaram o troca-troca.O eleitor terá menos de um ano para decifrar esse complexo quebra-cabeças.
São pelo menos 27 partidos políticos registrados oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral. A socióloga Valdete Daufemback Niehues explica que a população está cada vez mais desacreditada nos partidos, o que facilita o surgimento de novos. Segundo ela, grupos com interesses econômicos e políticos tendem a dominar o poder e deixar a sociedade à sua mercê, ao invés de defender os interesses dela. “Os partidos políticos estão ficando líquidos, adequando-se aos ambientes e objetivos de grupos interesseiros e, por isso, nem fazem história”, disse.
O recente surgimento do PSD é um tanto contraditório, como analisa Valdete. O Partido Democrático Social (PDS) foi anterior ao governo militar. Ele foi uma consequência de outros partidos, quando havia apenas os extintos Arena e MDB, que hoje dão nova roupagem a outros grupos. “São apenas interesses ativos.Com o tempo, as siglas vão mudando a qualidade dos seus aliados”, afirma a socióloga.
Quais os motivos que levam à criação de um novo partido? Para Valdetem a resposta está no jogo de interesses econômicos, político e status social, principalmente. Os candidatos que estão se aliando ao PSD são forças políticas muito conhecidas, principalmente na cidade. No entanto, na visão de Valdete, não haverá muita diferença para os catarinenses: “Vai haver uma mobilização política muito forte, com somas financeiras e articulações políticas. A intenção deste partido é unir forças para tirar do poder os que ali estão, a oposição”, declara. Mas ela alerta para o efeito “meteoro”: “Eles nascem, aparecem rapidamente e podem se dissolver como o DEM, que já acabou e nem fez história”.
O doutor em Sociologia Política e e autor do livro “Introdução à sociologia política”,( editora Vozes), Carlos Eduardo Sell, acredita que o passado do PSD em suas diferentes nomenclaturas impossibilitou ao eleitor reconhecer a identidade do partido. “O partido, oriundo da direita brasileira, transmutou-se tanto até perder sua identidade”, ressalta.
Para Carlos, várias indagações permanecerão no ar, porque não há como identificar o perfil e a importância do partido. Ao mesmo tempo que poderá ser um fruto das ambições de seu fundador, Gilberto Kassab, também poderá ser o refúgio da oposição ao governo. 
O professor conta que esta movimentação partidária já trouxe mudanças para Santa Catarina, com a saída do governador Raimundo Colombo, ex-DEM, para integrar o PSD. Além de muitos deputados, prefeitos e vereadores o acompanharam. Questionado sobre os cuidados que a população deve tomar ao votar em um candidato, Sell propõe algo menos radical. “ Não creio que estejamos diante de mudanças de perfil ideológico. O fenômeno PSD é fruto do mero oportunismo político e mostra a fragilidade do sistema partidário brasileiro”, declarou.
O sociólogo e comentarista político, Charles Henrique Voos, explica que, no Brasil, um partido político é apenas uma porta de acesso ao poder. A falta de confiança em uma sigla faz com que os eleitores votem em representantes, ao invés na ideologia do partido. Ele explica que a tendência é que os nomes levem os votos, não suas legendas. 
Ele também critica o DEM por suas freqüentes mudanças de nome, provavelmente para esconder um passado manchado pela ditadura militar. “Os nomes mudaram, mas as práticas e os líderes sempre foram os mesmos”, declara. 
Mas como confiar em um candidato defensor de uma determinada ideologia que muda drasticamente de legenda? Segundo Charles, é aceitável que um candidato sem mandato procure a legenda que mais lhe pareça favorável e mude quantas vezes for necessário. A lei determina que um candidato que possua mandato não pode mudar de partido, embora existam maneiras de burlar esta ordem. Ele alerta para que a população se atente ao discurso de fidelidade partidária, pois a única dominante é a fidelidade mandatária, detentora de todo o poder. E completa: “A população deve se voltar primeiramente a leis como essas, cortando o mal pela raiz. A preocupação das pessoas deveria ser com as estruturas, e não com as práticas”.
Confira as entrevistas completas
Áudio com Valdete Daufemback Niehues

PSD em Joinville e o novo bloco conservador

Darci de Matos poderá ser o nome de consenso para concorrer a prefeito em 2012 pelo PSD. 

A ida do governador Raimundo Colombo (DEM) para o PSD, partido ainda a ser legalizado pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, está servindo para reorganizar parte das forças conservadoras de Joinville em um único projeto.

Se nacionalmente, o PSD nasce para levar a oposição para perto do governo petista de Dilma Roussef, em Joinville ocorre justamente o contrário. Quatro inimigos declarados do atual prefeito Carlito Merss (PT) debatem o ingresso no PSD: os deputados estaduais Darci de Matos (DEM) e Kennedy Nunes (PP), o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB) e o ex-vereador Sandro Silva (PPS). Além deles, a bancada do DEM na Câmara – e até parlamentares de outros partidos – podem ingressar no PSD.

Darci e Tebaldi já são aliados há tempos. Sandro Silva sustenta relações com Darci desde os tempos que era da juventude do PFL. A novidade no bloco é mesmo Kennedy Nunes (PP), que já foi ferrenho opositor tanto de Tebaldi como da candidatura de Darci de Matos a prefeito, em 2008.

Dificilmente, os quatro estarão no mesmo partido, mas é provável que formem um forte bloco para a disputa do ano que vem. Se Sandro permanece no PPS e Tebaldi no PSDB, poderiam formar uma coligação PSD-PSDB-PPS, com Darci de Matos na cabeça. A Kennedy, caberia um apoio para 2014. Além disso, o DEM – principal prenjudicado com a criação do PSD – deve participar do bloco, pois só ficará na legenda os escolhidos de Darci e Cia.

Existe ainda, a possibilidade de o PSB nacional definir um apoio ao PSD (e vice-versa) nas grandes cidades. Não esqueçamos que, até pouco tempo atrás, falava-se em fusão das duas siglas.

Caso isso ocorra, forma-se um poderoso bloco eleitoral de direita, capaz de barganhar com o PMDB de Luiz Henrique da Silveira e com seu mais novo  filiado, o presidente da ACIJ, Udo Dohler. Seria difícil imaginar um chapão reunindo PSD-PMDB-PSDB-DEM-PPS, com Darci de Matos e Udo Dohler para prefeito e vice, respectivamente?

Claro, fazer tantos interesses convergirem numa candidatura única é um cenário remoto. Podem ocorrer variações dessas coligações e todo mundo se une no segundo turno.

Enquanto isso, Carlito Merss deve ficar com um PP esvaziado, o inexpressivo PR do vice Ingo Butzke e o PDT. Partidos de pouca expressão eleitoral em Joinville, mas que garantem polpudos segundos de TV para a propaganda eleitoral.

Uma alternativa à esquerda a esses blocos de poder? Ainda a ser construída. Rogério Novaes (PV) deverá ser candidato, mas não representa uma força à esquerda no cenário político, principalmente depois do apoio a Darci de Matos (DEM) em 2008.

Zé Dirceu distorce a história e compara criação do PSD à do PSOL em 2003

Gracinha de comparação, em Zé Dirceu?
O ex-ministro e eterno guru petista Zé Dirceu cometeu uma comparação no mínimo, fraudulenta. Ao defender a criação do PSD e criticar em seu blog a posição dos partidos que estão entrando na Justiça contra a criação do novo partido de Gilberto Kassab, Dirceu comparou a criação do PSD à criação do PSOL, em 2003, por dissidentes do PT. O PSD já abocanhou a filiação de 32 deputados federais, dois senadores e seis vereadores na capital paulista. Nas palavras de Dirceu:
O DEM e o PMN entram também na semana que vem com ações contra o novo partido do prefeito paulistano. Puro desespero e hipocrisia! Todos eles, partidos e seus integrantes, apoiaram, aplaudiram e estimularam a criação do PSOL e todas as demais dissidências que surgiram do PT.

Para eles, então, dissentir, deixar o PT para fundar outro partido, ou ir para outra legenda era democrático. Acusavam-nos de autoritários quando alegávamos que o mandato era do partido.
A fraude da comparação é a seguinte: Insatisfeito no DEM, Kassab criou uma nova legenda para poder fugir da lei de fidelidade partidária, corroendo as bancadas do DEM e do PPS, principalmente, e beliscando às do PV, PSDB e PMDB.
Já o PSOL foi criado após a expulsão da então senadora Heloísa Helena e dos deputados federais Luciana Genro, Babá e João Fontes. Expulsos do PT, diga-se de passagem, por discordarem da reforma da previdência, à qual o PT sempre foi contra enquanto oposição e passou a defender com a chegada de Lula à presidência.
Dizer que “dissidentes deixaram o PT” é uma fraude na história. Foi o PT que os deixou, concretizando a traição de seus objetivos originais e a expulsão daqueles que não mudaram de lado.
Os parlamentares que deram origem ao PSOL foram expulsos por agir com coerência. A criação do PSD de Kassab nada tem de coerente. É uma maneira de driblar a lei para garantir projetos pessoais. Kassab apoiará os governos do PT e do PSDB, tentando criar laços para seu projeto pessoal de concorrer a governador em 2014.
A diferença das duas situações é gritante. Com esse tipo de atitude, Zé Dirceu presta um desserviço à democracia e tenta justificar o injustificável.